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Política

Boulos descarta ministério no governo Lula e fará oposição na gestão Tarcísio

Parlamentar disse ainda que quer trabalhar para reintegrar dependentes químicos à sociedade

19 dez 2022 - 16h24
(atualizado às 16h29)
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Diplomação do deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL)
Diplomação do deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL)
Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA / Estadão

Deputado federal mais votado por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse que pretende trabalhar no Congresso por pautas que defende, como políticas públicas voltadas à população de rua e aos dependentes químicos, e descartou integrar um ministério no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter planos para novamente ser candidato a prefeitura municipal.

Boulos conversou com jornalistas nesta segunda-feira, 19, durante a cerimônia de diplomação de deputados estaduais, deputados federais, senador, governador e vice-governador eleitos por São Paulo.

"Eu vou colaborar no Congresso Nacional e vou colaborar no Congresso acima de tudo, porque eu pretendo ser candidato a prefeito de São Paulo daqui a um ano e meio. Se eu fosse para o ministério do presidente Lula, eu teria que me desincompatibilizar daqui a um ano, e aí já não dá pra você fazer um trabalho com um começo, meio e fim", afirmou. "Eu acho que tem pessoas muito qualificadas, do campo progressista, para ocupar o Ministério das Cidades", acrescentou, mencionando a pasta para a qual era cotado.

O deputado declarou ainda que irá exercer uma "batalha fundamental" na Câmara dos Deputados. "A gente vai enfrentar esse clima de ódio do bolsonarismo, e construir alternativas de reconstrução do Brasil e de políticas públicas. Eu fui eleito por mais de um milhão de pessoas e quero honrar esses votos".

O parlamentar acrescentou que a diplomação é "mais uma marca da democracia". "Essa eleição ocorreu sobre diversos questionamentos autoritários, gente questionando de forma oportunista o sistema eleitoral, as urnas eletrônicas, trabalhando com fake news. Hoje a diplomação é o encerramento formal do processo eleitoral. Então, esse processo está encerrado, isso é uma página virada. Nós temos um novo presidente da República eleito, que é o Lula, temos um governador eleito, temos senador eleito, temos deputados eleitos, democracia é assim, né? Quem ganha assume, quem perde vai lamber as feridas, é assim que tem que ser".

Governo Tarcísio 

Questionado pelo Terra, Guilherme Boulos também comentou como será atuar como parlamentar durante a gestão estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições do Estado e vencedor do pleito. O governador eleito também foi diplomado nesta segunda-feira, 19, mas não discursou.

"Todos sabem que eu apoiei o Fernando Haddad (PT) para o Governo do Estado de São Paulo. Era a melhor alternativa para o Estado no meu ponto de vista. Mas o Tarcísio foi eleito e, diferente deles, a gente não questiona o resultado das urnas, não questionamos a diplomação de ninguém", pontuou, alfinetando bolsonaristas que questionam a vitória de Lula nas urnas.

"Agora, nós seremos oposição ao governo do Tarcísio. O PSOL será na bancada da Assembleia Legislativa uma bancada de oposição ao governo Tarcísio, de fiscalização, de cobrança e de buscar fazer com que direitos sociais e políticas públicas mais populares sejam recuperadas no Estado de São Paulo".

Políticas públicas 

Sobre sua atuação como deputado federal, Boulos garantiu que tentará fazer com que "a moradia e a dignidade seja tratadas como prioridade" pelo governo.

Para isso, Boulos explicou que seu projeto passa por três iniciativas. A primeira trata-se sobre política de acolhimento emergencial, como abrigos; construir moradia popular para essas pessoas, com aluguel subsidiado e, por último, empregabilidade. "Para que a pessoa que está em situação de rua recupere sua dignidade e possa tocar sua vida adiante sem depender do Estado", disse.

Sobre os dependentes químicos e a Cracolândia, localizada no centro da capital paulista, Boulos disse que a primeira coisa a se fazer é saber, exatamente, como não lidar com a situação. "Você não trata um dependente químico com bomba, com 'porrada' e acha que vai resolver a situação. Esse tem sido o método dos últimos anos na cidade de São Paulo, e a Cracolândia só aumentou". O caminho, segundo o deputado federal eleito, é combinar o acolhimento com tratamento de saúde mental. Por isso, sua proposta inclui a criação de unidades móveis do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs).

Fonte: Redação Terra
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