Braga Netto está preso no RJ em quarto com geladeira, ar-condicionado e banheiro exclusivo, diz TV
General foi detido sob a acusação de obstruir o inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022
O general Walter Braga Netto, preso preventivamente sob a acusação de obstruir o inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, está sendo mantido no quarto do chefe de Estado Maior da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
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Segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo, o quarto tem armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro exclusivo. Além disso, Braga Netto pode ter quatro refeições, que são feitas no rancho, onde oficiais de patentes mais altas comem.
Antes da condenação e pelas regras, o militar tem direito a uma prisão especial. Conforme a emissora, o local precisou ser improvisado para receber Braga Netto, uma vez que não havia na estrutura do Exército do Rio um espaço adequado para um general de quatro estrelas.
Em nota à emissora, o Exército informou que o general encontra-se em uma sala adaptada e que as refeições -- são três, segundo o comunicado -- são confeccionadas conforme o cardápio previsto para os militares que servem no Comando da 1ª DE.
"A segurança interna e externa do edifício foi reforçada e a rotina de visitas prevê o comparecimento de familiares e advogados, conforme as prescrições emanadas pelo Juiz responsável pela sentença", afirmou.
Prisão de Braga Netto
Walter Braga Netto foi detido em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã do último sábado, 14.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão por considerar que dados trazidos pela Polícia Federal revelam a "efetiva ação" do general para "obstruir as investigações em curso, mediante obtenção de dados sigilosos em âmbito de acordo de colaboração premiada" do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa.
O pedido de prisão de Braga Netto traz outras informações da investigação, como uma reunião na casa de Braga Netto para discutir planos do golpe, apoio financeiro por parte do militar para uma tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.
Em nota, a defesa de Braga Netto afirmou que irá comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações por parte do militar. "A defesa se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida. Entretanto, com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações", diz.