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Política

Brizola, morto há 20 anos, resistiu a golpe militar e defendia modelo desenvolvimentista de País

Leonal de Moura Brizola foi deputado estadual, federal, prefeito de Porto Alegre e governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro

21 jun 2024 - 15h17
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RIO - Um misto de radicalismo e valentia alçou o jovem nascido de família humilde em Cruzinha, pequeno povoado perto da cidade gaúcha de Passo Fundo, Leonel de Moura Brizola ao posto de uma das figuras mais importantes da política brasileira no século XX. Prefeito de Porto Alegre, deputado estadual, deputado federal, governador por dois Estados, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, e candidato à Presidência por duas vezes.

Com um extenso currículo e influência na construção da identidade de parte da esquerda brasileira, Brizola desafiou militares e liderou um movimento conhecido como "Campanha da Legalidade" que garantiu a subida de João Goulart à Presidência, em 1961.

Em 1962, foi o deputado mais votado do País, pelo Rio de Janeiro. Brizola, do PTB, de um lado, e Carlos Lacerda, do outro, pela UDN, disputavam a hegemonia por um modelo de País. Lacerda e os militares venceram, em 1964, e Brizola foi cassado. Exilado no Uruguai, foi de lá expulso em 1977, indo viver depois nos Estados Unidos e depois em Portugal.

Ele retornou ao País com os anistiados de 1979. Como a sigla PTB havia sido "tomada" dele, Brizola fundou um novo partido, o Partido Democrático Trabalhista, PDT. Pelo PDT ele governou por duas vezes o Rio, em 1982 e em 1990. Tentou duas vezes a Presidência, perdendo para Fernando Collor em 1989 e para Fernando Henrique Cardoso em 1994. Amargou uma terceira derrota em 1998, como vice de Luiz Inácio Lula da Silva.

Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lua da Silva, 5/12/1989
Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lua da Silva, 5/12/1989
Foto: Márcia Zoetz/ Estadão / Estadão

Nos últimos dez anos de vida, o PDT perdeu espaço na esquerda nacional e Brizola passou a criticar Lula e o PT. "Acho o atual governo incapacitado para governar. O trabalhismo é o caminho de salvação para o nosso país. Esses neoliberais já fracassaram."

"Escrevo horas antes da votação, pela Câmara dos Deputados, do vergonhoso salário mínimo de R$ 260 (...) Esta decisão sobre o salário mínimo é uma espécie de epitáfio sobre as esperanças que o nosso povo trabalhador depositou em Lula." A crítica foi escrita em maio de 2004 por Brizola quando a Câmara começava a debater o salário mínimo de R$ 260.

Estadão
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