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Política

'Cabral está claramente despreparado para ser gestor público', diz Romário

9 jul 2013 - 20h11
(atualizado às 20h16)
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<p>Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Rio de Janeiro abriu investiga&ccedil;&atilde;o para apurar den&uacute;ncias de uso indevido do helic&oacute;ptero oficial por Cabral</p>
Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação para apurar denúncias de uso indevido do helicóptero oficial por Cabral
Foto: Governo do Rio de Janeiro / Divulgação

O deputado federal Romário (PSB-RJ) usou o seu perfil no Facebook nesta terça-feira para explicar o apoio ao impeachment do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Ontem, o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação para apurar denúncias de uso indevido do helicóptero oficial por Cabral. "Esta, infelizmente, é apenas mais uma das muitas denúncias contra o governador do nosso Estado. Denúncias que comprovam que Cabral está claramente despreparado para ser um gestor público", escreveu o ex-jogador de futebol da Seleção Brasileira.

Segundo reportagem da revista Veja, Cabral se deslocava com frequência, nos finais de semana, para a sua casa em Mangaratiba, no interior do Estado, utilizando as aeronaves pagas com dinheiro público. "Muito se fala da necessidade de experiência para se assumir cargos públicos, mas, por vezes, se esquecem de uma característica irreajustável: um caráter capaz de manter o interesse público acima de qualquer interesse pessoal. Realmente não é fácil, é necessária uma vigilância diuturna para que não confundamos os bens e prerrogativas do cargo com os interesses pessoais. Ele não teve este discernimento aos realizar viagens pagas com o erário público à sua casa de veraneio", diz o texto. 

Para Romário, outras questões corroboram para a sua afirmação que Cabral não está preparado para ocupar um cargo público. Entre elas, o vazamento de imagens de Cabral e seus secretários em Paris no início do ano passado. "Uma viagem de extremo luxo, paga com o dinheiro do contribuinte. Naquelas imagens, vocês iram recordar, Sérgio Cabral e os seus secretários estão acompanhados por Fernando Cavendish, da Delta Construções, empresa que já havia recebido R$1,4 bilhão em contratos assinados com o Rio. O escárnio era tanto que em uma das fotos, o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, está abraçado com Fernando Cavendish", relembrou o deputado, citando que depois vieram à tona as relações da Delta com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. 

O parlamentar citou também a derrota do Rio de Janeiro na batalha no Congresso Nacional em relação aos royalties do petróleo. "E a maior culpa desta derrota foi a arrogante omissão de Cabral, que preferiu fazer manifestações na rua, ou seja, jogar para a galera, ao invés de se articular no Congresso Nacional. Não se reuniu nem com a Bancada do Rio de Janeiro", criticou. 

Da mesma forma, os gastos excessivos na reforma do Estádio do Maracanã foram expostos na rede social pelo deputado do PSB. "Um estádio que já havia sido reformado há menos de dois anos. A quem coube a negociação junto à Fifa de modo a reflexibilizar tantas exigências, que já se comprovaram desnecessárias? Resultado. Uma reforma de mais de R$ 1 bilhão. Sem contar a derrubada do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e da Aldeia Maracanã. Tudo isso para dar lugar a um estacionamento. Ele não se sensibilizou, mesmo diante de tantos apelos da população. Onde serão realocadas estas estruturas? Ele não respondeu", postou. 

Além disso, Romário afirmou que Cabral já demonstrou não ter palavra ao recuar da decisão de assumir o compromisso com uma entidade internacional para realizar uma Copa do Mundo de Futebol para pessoas com deficiência intelectual. "Seria a primeira realizada no mundo, porém há um ano do evento. O governo resolveu recuar." 

Para completar, citou o episódio de 2011 em que o governador do Rio de Janeiro chamou de vândalos os bombeiros que invadiram um quartel numa manifestação por melhores salários. Eles reivindicavam um aumento de R$ 950 para R$ 2 mil, além de melhorias em suas condições de trabalho. "A esta altura, alguns devem estar me questionando porque eu apoiei Cabral. Mais uma vez justifico. Eu não tinha conhecimento real das irregularidades cometidas por este governador. Tenho consciência do grande erro que cometi ao apoiá-lo, mas como todo ser humano, sou passível de erros. Errei e peço desculpas ao povo do Rio de Janeiro", completou. 

Fonte: Terra
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