O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, recebeu nesta quarta-feira cerca de 10 familiares de Claudia da Silva Ferreira, moradora do morro da Congonha, no subúrbio do Rio, que foi arrastada por policiais militares em um carro no fim de semana. Ele prestou solidariedade, pediu desculpas aos parentes, e ofereceu ajuda psicológica do governo à família, no encontro no Palácio Guanabara.
Durante a reunião, a família cobrou investigações profundas a respeito da morte de Claudia e esclarecimentos sobre a maneira como a Polícia Militar atua nas favelas da cidade. O marido de Claudia, Alexandre Fernandes da Silva, disse que acreditou nas palavras do governador e que espera punição para os culpados. "Nada vai trazer ela de volta", lamentou.
Um dos irmãos de Claudia, Julio Cesar da Silva Ferreira afirmou que apesar de o governo ter se prontificado a ajudar a família com apoio psicológico, os parentes pretendem processar o Estado. Para Alexandre, a polícia tem de rever a maneira de atuar em comunidades carentes. "Tem que saber como chegar na comunidade. Não é chegar dando tiro, matar e falar que foi troca de tiros com bandidos", ressaltou.
Família questiona polícia
Julio questionou uma versão que teria sido dada para o transporte de Claudia ter sido feito no porta-malas do carro da PM e não em um dos bancos do veículo. "Eles alegaram que não colocaram ela no banco de trás porque não dava para abrir as portas, por falta de espaço. Mas todos que foram ao local viram que há sim espaço para abrir as portas na rua", disse Julio Cesar.
A família de Claudia disse que passou à polícia nomes de testemunhas que viram ela caindo do carro da PM na rua Buriti, antes da segunda queda flagrada pelo vídeo, na rua Intendente Magalhães. Segundo os parentes, se ela não tivesse caído do veículo, a morte dela seria apenas "mais um caso".
Investigação
O secretário de Assistência Social do Rio, Pedro Fernandes, disse que o governador Sergio Cabral entende que esse é um caso de "extrema importância". "As investigações têm que ser rápidas", disse Fernandes. A família de Claudia foi recebida pela cúpula da Polícia do Rio na sequência para ouvir esclarecimentos sobre o caso.
A Defensoria Pública acompanha o caso. O governo do Estado colocou o programa de proteção às testemunhas à disposição dos parentes de Claudia e de quem mais solicitasse, mas ninguém foi incluído nele até o momento.
"Para nós é importante saber desde a razão da incursão policial, a como ela foi feita, quem deu o tiro, quando ela caiu a primeira vez. Queremos que o governador peça à polícia para se empenhar na investigação", disse Diego Gomes, amigo da família de Claudia.
Julio Cesar da Silva Ferreira, irmão de Claudia, questionou a rażão da suposta operação na favela ter sido feita por apenas seis PMs. "Como se faz uma operação com seis policiais contra, como eles dizem, 20 traficantes armados?", questionou Julio Cesar.
Mulher morre após ser arrastada por viatura da PM no Rio
Após ser atingida por um disparo durante operação policial em Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, a auxiliar de serviços Cláudia da Silva Ferreira teria sido socorrida por policiais militares que segundo a assessoria da corporação, a colocaram dentro do porta-malas de uma viatura e a levaram para o hospital Carlos Chagas. No caminho até o hospital, o porta-malas se abriu o corpo da moradora foi arrastado pela rua, causando ainda mais ferimentos à vítima.
Os policiais foram presos em flagrante por determinação do comando do 9º Batalhão da PM. Eles são acusados de negligência na prestação de socorro a Claudia. O trio foi enquadrado no crime de "deixar, no exercício de função, de observar lei, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração militar", previsto no artigo 324 do Código Penal Militar.
Crianças participaram de novo protesto na tarde desta segunda em Madureira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Morte de mulher arrastada durante tentativa de socorro da PM gerou revolta em comundiade na Zona Norte do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cláudia da Silva Ferreira, moradora de uma comunidade em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro, tinha 38 anos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cerca de 50 moradores fecharam vias em protesto contra a morte de Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante uma operação policial na manhã de domingo (16) na comunidade de Congonha
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Ao menos dois ônibus foram incendiados em protesto contra a morte da moradora, vítima de troca de tiros entre policiais e criminosos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores correm durante protesto contra a morte da moradora, que foi arrastada por uma viatura policial durante tentativa de resgate da vítima
Foto: Iauro Pimentel / Terra
Mulheres formam cordão em frente a policiais em Madureira: morte de Cláudia da Silva Ferreira, 38 anos, gerou revolta na comunidade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Madureira viveu dois protestos em um mesmo dia em revolta à morte de uma mulher baleada durante tiroteio e depois arrastada em caro da PM
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores correm carro da Polícia Militar durante protesto em Madureira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policial contém moradora durante protesto em Madureira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudio Costa, classificou a ação dos PMs como uma conduta que não é tolerável
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Todos têm medo da PM dentro da comunidade. Eles entram atirando, não pensam em ninguém. Eles mataram a minha mulher", afirmou Alexandre, marido de Cláudia, morta durante ação da PM
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O marido de Cláudia, Alexandre Ferreira da Silva, 41 anos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Familiares e amigos choram a morte de Cláudia da Silva Ferreira, 38 anos; segunda-feira de tristeza e revolta na Zona Norte do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores de Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, protestaram nesta segunda-feira contra a morte de Cláudia da Silva Ferreira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cláudia foi baleada durante uma operação policial na manhã deste domingo na comunidade de Congonha
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cláudia, que tinha 38 anos e não resistiu aos ferimentos, foi levada a um hospital por polciais, mas acabou arrastada por cerca de 250 metros durante o trajeto depois o porta-malas da viatura abriu
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O protesto teve início por volta das 14h e reuniu cerca de 50 pessoas
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores bloquearam a avenida Ministro Edgar Romero e a rua Leopoldino Oliveira, gerando transtorno ao trânsito local
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Eles não a socorreram, colocaram no carro como se fosse um cachorro. Não deixaram nem que a filha a acompanhasse", relatou Letícia Araújo, costureira de 27 anos, que estava em casa durante o tiroteio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Amanhã vão fazer isso de novo, vai ficar por isso mesmo, não há respeito", contou Jaqueline Santo, pedreira de 39 anos e moradora da região
Foto: Mauro Pimentel / Terra
PMs acompanharam de perto o protesto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policiais estavam com armas em punho durante a manifestação dos moradores
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Viaturas da PM também foram usadas para cercar os moradores durante o protesto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policial aponta arma durante o protesto dos moradores
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Objetos foram queimados durante a manifestação
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cerca de 50 moradores participaram do protesto pela morte de Cláudia
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Em reunião com o governador do Rio de Janeiro, a família de Claudia disse que passou à polícia nomes de testemunhas que viram ela caindo do carro. Na foto, da esquerda para a direita: o secretário de Assistência Social, Pedro Fernandes; o marido de Claudia, Alexandre Fernandes da Silva; um amigo da família Diego Gomes, e um irmão de Claudia, Julio Cesar da Silva Ferreira. Leia mais -
Foto: Marcelle Ribeiro / Terra
O marido de Claudia, Alexandre Fernandes da Silva, disse que espera punição para os culpados. "Nada vai trazer ela de volta", lamentou
Foto: Diego Reis/Polícia Civil / Divulgação
O secretário de Assistência Social do Rio, Pedro Fernandes, disse que o governador Sergio Cabral entende que esse é um caso de "extrema importância", mas segundo os parentes, se ela não tivesse caído do veículo, a morte dela seria apenas "mais um caso"
Foto: Diego Reis/Polícia Civil / Divulgação
O governador do Rio, Sérgio Cabral, recebe à família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante operação policial no Morro da Congonha
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
O governador do Rio, Sérgio Cabral, recebe à família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante operação policial no Morro da Congonha
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Alexandre Fernandes da Silva, marido de Cláudia; Diego Gomes, amigo da família; Julio César Silva Ferreira, irmão de Cláudia; durante encontro com o governador Sérgio Cabral
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Alexandre Fernandes da Silva, marido de Cláudia, durante reunião com o governador do Rio, Sérgio Cabral
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Três policiais militares acusados de arrastar a auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira prestaram depoimento na delegacia de Madureira, zona norte da capital fluminense
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Júlio Cesar Ferreira, irmão de Claudia Ferreira da Silva, mostra marcas de tiro no local onde a auxiliar de serviços gerais foi baleada no Morro da Congonha
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
De acordo com o delegado titular, o trabalho de reconstituição é fundamental, pois sem ele fica impossível não só saber de onde partiu o tiro, mas também de qual arma partiu o disparo, uma vez que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi inconclusivo nesse sentido
Foto: Ale Silva / Futura Press
Familiares da vítima e testemunhas do caso também foram convocados
Foto: Ale Silva / Futura Press
Dois policiais estão presos e chegaram ao local algemados
Foto: Ale Silva / Futura Press
Participam deste trabalho de reconstituição os oito policiais militares que entraram na favela no fatídico dia 16 de março, quando Claudia foi baleada ao sair de casa para comprar pão
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
De acordo com o delegado titular da 29a DP (Madureira), Carlos Henrique Machado, o principal objetivo do trabalho é tirar "a dúvida sobre quem atirou em Claudia, se os PMs ou os bandidos. A nossa reconstituição é a nossa única forma de conseguir isso"
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Polícia faz reconstituição da morte da dona de casa Claudia Silva Ferreira
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
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