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Política

Caiado critica portarias do governo na estratégia de se opor a Lula e virar alternativa a Bolsonaro

Governador de Goiás diz que governo Lula é 'conivente' com a criminalidade

20 jan 2025 - 16h13
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BRASÍLIA - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), criticou as portarias assinadas na semana passada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para tentar reduzir e monitorar a letalidade policial, além de combater a criminalidade. Como mostrou o Estadão, Caiado prepara o anúncio da pré-candidatura à Presidência e busca se mostrar como uma alternativa da direita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que está inelegível.

Em vídeo publicado no Instagram neste domingo, 19, o governador afirmou que as portarias de Lewandowski mostram a "conivência e leniência" do Planalto com as facções criminosas. Entre as regulamentações do governo Lula, estão diretrizes para abordagens e para o uso de instrumentos com menor potencial ofensivo, deixando as armas de fogo como último recurso.

"Realmente pode deixar claro que, com portarias como essa, a conivência e leniência do governo com a criminalidade está mais do que clara. Essa é a grande verdade. Nós precisamos é de medidas enérgicas capazes de poder fazer valer ali a presença do Estado e não a submissão do Estado aos faccionados e ao crime no Brasil", disse Caiado.

Diferentemente de outros vídeos com críticas ao governo Lula, Caiado passou a citar outras regiões do País, e não só o Estado de Goiás. Na publicação deste domingo, o governador mencionou a criminalidade na Amazônia e, em especial, em Porto Velho (RO).

"Eu pergunto para vocês, em um momento como este, aonde as facções tomam conta do País, na grande maioria das capitais e na Amazônia quase toda, hoje estamos assistindo o Estado de Rondônia, a capital Porto Velho, totalmente tomada pelos faccionados, e o senhor ministro discutindo regras como essa", disse.

Caiado afirmou ainda que Goiás é uma "exceção" aos outros Estados que sofrem com a criminalidade. Em outro atrito com o Planalto sobre o programa de governo de Lula para a segurança pública, o goiano disse que acabou com a criminalidade no território onde governa. A declaração dele foi respondida com ironia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O anúncio da pré-candidatura à Presidência é o principal objetivo de Caiado em 2025. Em meio a uma direita fragmentada devido à inelegibilidade de Bolsonaro, Caiado se antecipou e já organizou o lançamento da sua pré-campanha para março.

O palco do anúncio da pré-candidatura será Salvador. A capital baiana foi onde Lula teve o melhor desempenho em capitais contra Bolsonaro. Por outro lado, a cidade é uma base importante do União Brasil, onde o atual prefeito, Bruno Reis (União), venceu em primeiro turno com quase 80% dos votos válidos a eleição municipal do ano passado.

Nos próximos meses, Caiado pretende selecionar especialistas que vão elaborar a plataforma de governo dele. Desde o ano passado, iniciou conversas com médica Ludhmila Hajjar, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e com Erick Figueiredo, que presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no governo Bolsonaro. Segundo aliados, são apenas sondagens iniciais, sem garantia de que esses nomes integrarão a pré-campanha do goiano.

Um dos desafios de Caiado é se tornar um nome atrativo aos eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022. De acordo com levantamento da Paraná Pesquisas divulgada na semana passada, que mostra cenários para 2026 onde Bolsonaro não é candidato, o governador de Goiás não alcança dois dígitos de intenções de voto.

Outros desafios são a condenação pela Justiça Eleitoral de Goiás, em dezembro, a oito anos de inelegibilidade por supostamente ter cometido abuso de poder político na utilização do palácio do governo para benefício do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), o que ele nega, e o anúncio do cantor sertanejo Gusttavo Lima, um aliado, de participar da disputa eleitoral em 2026.

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Estadão
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