Campos critica PMDB e diz que partido tem pé no PT e no PSDB
O candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, está em agenda de campanha no Maranhão, junto com a candidata a vice, Marina Silva. Campos apoia a candidatura de Flávio Dino (PCdoB), opositor ao Clã Sarney, ao governo do Estado. Campos afirmou que, tanto com Dilma, quanto com Aécio Neves, o senador José Sarney e o PMDB continuarão tendo poder dentro da República.
"Eu fui o único candidato que disse com todas as letras que quando eu e Marina estivermos governando o Brasil, o PMDB de José Sarney estará na oposição. Quem quiser prestar homenagem ao Sarney vota na Dilma. Quem quiser pode votar também no Aécio. Todo mundo sabe que esse PMDB está com o pé em duas canoas. Agora, a única canoa que ele não bota o pé é na nossa. É preciso ter coragem para fazer a mudança."
O candidato declarou que apoia Dino por estar em uma luta semelhante à dele, para interromper um ciclo e mudar a política nacional. "Da mesma forma que vocês (maranhenses) lutam para pôr fim a um ciclo político que se esgotou e iniciar um ciclo onde o povo seja ouvido sem os desequilíbrios sociais. Esta luta que sempre tivemos solidariedade, tem muito a ver com a nossa luta no Brasil. Aqui vocês lutam a velha política e nós também queremos o fim de um ciclo no Brasil. Por isso é simbólico começarmos aqui no Maranhão."
Questionado sobre a Copa do Mundo e a influência da derrota brasileira nas eleições, Eduardo Campos afirmou que não espera que o resultado em campo altere o resultado das urnas. Para ele, agora inicia um novo debate. "Uma coisa é a Copa do Mundo. Outra é a disputa eleitoral. Quando a seleção entra em campo, todos temos que embalar o sonho do Brasil. Entendo que agora é um novo momento. Terminada a Copa, o assunto que vem à pauta é a copa do povo. Não vejo relação direta entre uma coisa e outra."
Para o socialista, o bom desempenho de Dilma no Norte e Nordeste é uma questão de tempo, já que imagina que com o início da campanha, o povo reconhecerá os problemas na administração petista. "A população do Nordeste como um todo, acreditou na presidente Dilma. O Norte, da Marina, e Nordeste, de onde eu sou, elegeram Dilma. Mas passados quatro, não tivemos a atenção que deveríamos ter. basta ver as obras e a economia. As desonerações levaram a uma quebradeira das prefeituras no Nordeste inteiro. Há um acúmulo de frustrações que será revelado no debate eleitoral".
Eduardo Campos ainda participa no final da tarde de uma caminhada com Flávio Dino. Marina Silva teve que deixar o Maranhão mais cedo e partiu para Brasília. Ao final da agenda, Campos vai para Mossoró (RN).