Cardozo atuou junto aos Estados Unidos para ajudar Maluf
O governo dos Estados Unidos recebeu um comunicado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, onde o brasileiro pergunta a respeito da possibilidade de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), aliado da administração federal do PT, ser ouvido no Brasil sobre um processo no qual está relacionado na Justiça norte-americana. O Ministério da Justiça confirmou o fato e disse ter encaminhado o pedido porque essa é a praxe a ser seguida quando um cidadão brasileiro faz tal solicitação. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo.
O Ministério afirmou, em nota, que "o deputado federal Paulo Maluf requisitou formalmente ao ministro da Justiça (...) fosse expedido comunicado ao procurador-geral dos Estados Unidos da América, nos termos do art I do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal - MLAT (Decreto Lei n 3.819), para que fosse facultado exercer em território brasileiro atos pertinentes ao seu exercício de defesa (depoimento por meio de vídeo conferência ou carta rogatória)."
Após entrar em contato com as autoridades americanas, a nota diz que "o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América respondeu negativamente à consulta."
O caso de Maluf foi o único até agora com essas características: um brasieiro, com residência fixa e com aviso de procurado pela Interpol, a polícia internacional, requerendo o direito de ser ouvido no Brasil. Segundo o Ministério, se outro cidadão nessa condição pedir ajuda, será atendido. Nos dois últimos anos, Maluf e seu advogado procuraram Cardozo mais de uma vez para tratar do assunto. O deputado está citado em um caso de possível evasão de divisas - o que ele nega - e a Justiça dos EUA o considera foragido. Por isso, a Interpol exibe em seu site uma foto de Maluf como procurado desde 2009.
O começo da busca por ajuda do deputado no Ministério da Justiça coincide com a adesão de Maluf e seu partido, o PP, à campanha do petista Fernando Haddad pela prefeitura da capital paulista. O pedido foi negado pelo governo norte-americano mas, mesmo assim, o deputado seguiu a procurar ajuda no ministério. Os advogados tentam ainda uma reversão desse quadro. "Não sou procurado por eles porque estou condenado. Sou procurado porque eles querem a minha oitiva. O que estranho é que um brasileiro não tem a mesma defesa do governo brasileiro que teve o Cesare Battisti (ativista italiano), este sim criminoso", reclamou Maluf.