Carro de ex-presidente do partido de Marçal é alvejado por tiros no DF
Joaquim Neto foi presidente do PRTB de São Paulo de março a junho deste ano; investigação do caso foi direcionada ao Departamento de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF por suspeita de envolvimento do PCC
O advogado e ex-presidente do diretório paulista do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Joaquim Pereira de Paulo Neto, teve o carro alvejado por tiros na tarde de quinta-feira, 10.
O caso foi remetido ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita do envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no caso. O PRTB é a legenda pela qual o ex-coach Pablo Marçal concorreu às eleições municipais de São Paulo neste ano.
Segundo o boletim de ocorrência, Neto e a advogada Patrícia Reiter estavam na rodovia DF-001 quando foram abordados por duas pessoas em uma moto. Ao ouvir a ordem de parada, Patricia, que dirigia, acelerou o veículo até que tiros foram disparados em direção ao vidro do carro, que era blindado. Os dois não se feriram.
Neto foi de março a junho deste ano presidente estadual do PRTB em São Paulo. Ele substituiu Tarcísio Escobar de Almeida, que ficou no cargo por três dias. Como revelou o Estadão, Escobar foi indiciado em julho de 2023 por associação para o tráfico e organização criminosa e é investigado pela Polícia Civil paulista por envolvimento em um esquema que trocava carros de luxo por cocaína para o PCC.
Mesmo fora do cargo de presidente, ele continuou a participar de encontros políticos nos quais se apresentava como presidente da legenda, incluindo atos em sedes, além de articular em nome do PRTB, firmando alianças da sigla em todo o Estado de São Paulo. O presidente nacional da legenda, Leonardo Avalanche, afirmou que foi pressionado por Neto a colocá-lo no comando.
Tarcísio Escobar de Almeida (no centro) com o deputado federal Fernando Marangoni (União-SP) e o pré-candidato a prefeito de Santo André Luiz Zacarias (PL), em reunião de apoio nas Eleições de 2024; o encontro ocorreu quando Escobar não era mais presidente estadual do PRTB. pic.twitter.com/aNXvdMi1Su
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) May 29, 2024
Depois de descobrir que Escobar era investigado, Avalanche disse ter tirado o então presidente do partido. No entanto, o advogado nega a pressão. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Escobar aparece ao lado de Avalanche para uma sessão fotográfica para o partido. A data do vídeo é 29 de maio - pouco mais de dois meses depois da saída oficial de Escobar. Joaquim Neto, Escobar e também Michel Winter, do PRTB de Minas Gerais, romperam com Avalanche sob argumento de descumprimento de acordos.
Três ex-aliados de presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, querem tirá-lo do partido depois de um suposto não cumprimento de acordos; caso isso ocorra, eles tentarão derrubar a pré-candidatura de Pablo Marçal a prefeito de São Paulo. pic.twitter.com/XQ9OjB2V9e
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) June 21, 2024
Tanto Escobar quanto Patrícia afirmam ter registrado boletins de ocorrência alegando ameaças de Avalanche por causa da denúncia sobre o suposto envolvimento com PCC, mas preferem não relacionar o caso com presidente do PRTB.
"Nós dois denunciamos o envolvimento com o PCC. Avalanche me ameaçou, e as provas estão com o Ministério Público. Mas precisamos ter cuidado, não dá pra falar de envolvimento dele com o atentado. Prefiro deixar a polícia trazer essa informação. Tenho meu sentimento, mas prefiro deixar para a polícia resolver", disse o advogado ao Metrópoles.