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Política

Cercear críticas é atentado à democracia, diz ministro

O ministro da Justiça, André Mendonça, defendeu a liberdade de expressão ao comentar a operação relacionada ao inquérito das fake news

27 mai 2020 - 17h02
(atualizado às 17h20)
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Ministro da Justiça, André Mendonça, entre os ministros do Supremo Dias Toffoli e Gilmar Mendes, no Palácio do Planalto
29/04/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Justiça, André Mendonça, entre os ministros do Supremo Dias Toffoli e Gilmar Mendes, no Palácio do Planalto 29/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou nesta quarta-feira que é garantido direito de criticar representantes e instituições de quaisquer Poderes e que parlamentares têm ampla imunidade por suas palavras, considerando um "atentado à própria democracia" intimidar ou tentar cercear esses direitos.

Mendonça fez a declaração em nota oficial relacionada ao inquérito das chamadas fake news, no qual ocorreram buscas e apreensões determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra alvos bolsonaristas, mais cedo nesta quarta-feira.

"Vivemos em um Estado Democrático de Direito. É democrático porque todo o poder emana do povo. E a este povo é garantido o inalienável direito de criticar seus representantes e instituições de quaisquer dos Poderes. Além disso, aos parlamentares é garantida a ampla imunidade por suas opiniões, palavras e votos", disse.

"Intimidar ou tentar cercear esses direitos é um atentado à própria democracia", acrescentou.

Mendonça disse que no ano passado, quando era advogado-geral da União, defendeu a constitucionalidade do ato do Poder Judiciário "por dever de ofício imposto pela Constituição".

"Em nenhum momento, me manifestei quanto ao mérito da investigação e jamais tive acesso ao seu conteúdo", ressalvou.

Há críticas, principalmente no meio jurídico, de que o inquérito das fake news seria inconstitucional por, por exemplo, não contar com a supervisão do Ministério Público Federal e ser comandado pelo próprio Supremo. A corte, contudo, rebate essas alegações e diz haver amparo legal.

O ministro da Justiça disse que, da mesma forma, as diligências realizadas na operação pela Polícia Federal "se dão no estrito cumprimento de ordem judicial". Em outras palavras, a PF não teria espaço de atuação, apenas cumpre determinações.

"Assim, na qualidade de Ministro da Justiça e Segurança Pública, defendo que todas as investigações sejam submetidas às regras do Estado Democrático de Direito, sem que sejam violados pilares fundamentais e irrenunciáveis da democracia", finalizou.

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