Chanceler brasileiro diz que visita da Unasul a Caracas segue sem data
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira que a visita que uma missão de Unasul pretende fazer à Venezuela após a detenção do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ainda não tem uma data e depende de "um acordo entre as partes".
Vieira, que junto com os chanceleres da Colômbia e Equador integra a missão designada pela União de Nações Sul-americanas (Unasul) para tentar recompor o diálogo na Venezuela, explicou que para concretizar a visita ainda deve acordar uma data com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"Ainda não há uma data", ressaltou, apesar da visita ter sido anunciada pelo secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, em 20 de fevereiro, um dia depois da detenção de Ledezma, que foi acusado de fazer parte de uma suposta conspiração para derrubar a Maduro.
Outras fontes diplomáticas sul-americanas consultadas pela Agência Efe em Brasília disseram que a data da visita dos chanceleres da Unasul deveria ter sido fixada no domingo em Montevidéu, em reunião que ia ser realizada entre alguns líderes da região no marco da posse do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
No entanto, a ausência de Maduro nessa cerimônia "frustrou" a reunião e também postergou a definição da visita a Caracas.
Maduro tinha confirmado sua presença na posse de Vázquez, mas um dia antes anunciou que permaneceria em Caracas pela "situação política" na Venezuela, onde sustenta que está "em desenvolvimento" uma trama "golpista", que afirma que ser patrocinada pelo governo dos Estados Unidos, que nega taxativamente.
Sobre a posição do Brasil em relação ao conflito venezuelano, Vieira reafirmou que está contida em comunicado divulgado pelo governo da presidente Dilma Rousseff na semana passada.
Nessa nota, a segunda emitida pelo Brasil sobre a crise venezuelana desde a detenção de Ledezma, o governo de Dilma afirmou que as "medidas" que "afetam diretamente os partidos políticos e representantes democraticamente eleitos, são motivo de crescente atenção", em aparente alusão ao caso de Ledezma.
O comunicado também ressaltou a "preocupação" do governo do Brasil por "iniciativas tendenciosas a abreviar o mandato" de Nicolás Maduro.