Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Araújo confirma intenção do Brasil de sediar base americana

Ernesto Araújo diz que Bolsonaro deve discutir assunto com presidente americano

4 jan 2019 - 21h44
(atualizado às 22h32)
Compartilhar
Exibir comentários

O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou nesta sexta-feira, 4, durante encontro do Grupo de Lima - bloco de países latino-americanos que monitoram a crise na Venezuela -, que o presidente Jair Bolsonaro "não exclui a possibilidade" da instalação de uma base militar americana no Brasil. Segundo Araújo, caso isso aconteça, faria parte de uma "agenda mais ampla" do País com os Estados Unidos.

"O presidente não exclui esse tipo de possibilidade. Temos todo interesse em aumentar a cooperação com EUA em todas as áreas. Isso é algo que tem que ser conversado. Não haveria problema na questão de uma presença desse tipo", afirmou Araújo, em Lima, quando questionado sobre o assunto. O Ministério da Defesa, no entanto, disse que desconhece qualquer tratativa desse tipo.

O novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, durante entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty
O novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, durante entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Na quinta, Bolsonaro havia sido questionado sobre o tema em entrevista ao SBT e afirmou que a instalação poderia ocorrer no futuro. O presidente admitiu uma aproximação bélica com os EUA. "A questão física pode ser até simbólica", disse Bolsonaro.

De acordo com o chanceler, o tema poderia ser discutido até março, caso Bolsonaro encontre o presidente dos EUA, Donald Trump, em viagem oficial. "(A base) seria parte de uma agenda muito mais ampla que queremos ter com EUA, que creio que os EUA querem ter conosco. Então, quando tivermos essa visita, esperamos que a tenhamos como o presidente quer, até março, haverá uma agenda que cobrirá além de cooperação e defesa, segurança, temas de comercio e economia."

Nesta sexta, Bolsonaro voltou a se manifestar favoravelmente à instalação de uma base militar dos Estados Unidos (EUA) em território brasileiro. Defensor da aproximação diplomática e comercial com os EUA e admirador de Trump, Bolsonaro disse considerar o povo americano "amigo" e vinculou um possível acordo futuro com o país a questões de segurança nacional.

Bolsonaro afirmou que existe interesse dos Estados Unidos em instalar uma nova base militar na América do Sul, dois dias depois de receber o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em audiência reservada no Palácio do Planalto. Questionado se havia tratado do tema com autoridades norte-americanas, Bolsonaro disse apenas que países vizinhos ao Brasil estão sendo prospectados para receber a unidade militar.

"Nós temos que nos preocupar com nossa segurança, com a nossa soberania, e eu tenho o povo americano como amigo", disse Bolsonaro, depois de participar da cerimônia de transmissão do Comando da Aeronáutica, na Base Aérea de Brasília.

Defesa desconhece tratativas sobre base americana

A assessoria do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, informou ao Estado que ele "não tem conhecimento de qualquer tratativa nesse sentido e que não tratou do tema com o presidente". O ministério disse que não seria possível avaliar vantagens e desvantagens para as Forças Armadas brasileiras "sem ter conhecimento de possíveis condicionantes envolvendo o tema".

Oficiais das Forças Armadas consultados pelo Estado reagiram com surpresa à declaração do presidente. Eles avaliam que Bolsonaro falou em tom de especulação.

Os Estados Unidos têm cooperação militar com o Brasil e outros países sul-americanos, como Peru e Colômbia, onde mantêm bases militares. A posição geográfica do litoral nordeste do Brasil desperta interesse militar, pelo acesso facilitado à África e Atlântico Sul. Durante a 2.ª Guerra Mundial, os EUA instalaram temporariamente bases militares no Norte e no Nordeste, depois desativadas. / COLABORARAM FELIPE FRAZÃO e JULIA LINDNER

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade