'Chorão' de acampamento bolsonarista em BH é considerado foragido pela polícia civil
Acusado de roubo e agressão a jornalistas, Esdras Jônatas dos Santos já tinha sido multado em R$ 100 mil pelo STF e teve passaporte retido
Acusado de roubo e agressão a profissionais de imprensa que faziam a cobertura do desmonte de acampamento bolsonarista em frente a um quartel do Exército em Belo Horizonte, o empresário bolsonarista Esdras Jônatas dos Santos, de 34 anos, é considerado foragido da polícia desde a quarta-feira, 15. Ele é apontado pelas autoridades como um dos organizadores do movimento antidemocrático na capital mineira.
Vídeos feitos pelo próprio empresário e outros bolsonaristas, que viralizaram nas redes sociais, mostram Santos chorando compulsivamente durante o desmonte do acampamento, feito pela Guarda Municipal de Belo Horizonte. Nos dia 5 e 6 de janeiro, ele ainda divulgou vídeo de dentro de um Porsche no local, fazendo ofensas a agentes de segurança municipal. Nas redes sociais, o empresário costuma aparecer exibindo estilo de vida luxuoso, com cenas em viagens e dirigindo carros sofisticados.
Nesta quarta-feira, equipe da Polícia Civil de Minas Gerais foi até a residência de Santos, no bairro Santa Amélia, na Pampulha, para cumprir mandado de prisão e de busca e apreensão, mas não o encontrou. No início da noite, o delegado Emílio de Oliveira e Silva o considerou foragido. A suspeita é de que ele esteja nos Estados Unidos.
"Ao que parece, ele (Santos) está fora do Brasil. A gente está checando mais profundamente e averiguando", disse o delegado. Ele explicou que o bolsonarista é investigado por roubo, lesão corporal e dano patrimonial. A operação apura agressões contra jornalistas e roubo de equipamentos da imprensa.
"Existe grande possibilidade, através dessas medidas que foram feitas hoje, de apurar a qualificação de outros agressores ou de pessoas que tenham contribuído de alguma forma para essas agressões e os crimes de dano e roubo que teriam acontecido nos dias 5 e 6 (de janeiro)", afirmou Silva.
Outras duas mulheres que não tiveram a identidade revelada também foram alvos de três mandados de busca e apreensão, nos bairros Padre Eustáquio e Coração Eucarístico, na região noroeste de Belo Horizonte.
Após o desmonte do acampamento por determinação do STF, o bolsonarista ainda conseguiu liminar na Justiça mineira para fazer um "protesto solitário" no local. Mas a liminar foi imediatamente revogada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que multou Santos em R$ 100 mil. O juiz Wauner Batista Machado, que concedeu a liminar para o ato golpista "solitário" de Santos foi na sequência afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Antigo advogado do empresário, Ramon dos Santos afirmou nesta quinta-feira, 16, que não faz mais parte da defesa do bolsonarista. A Polícia Civil não informou se ele teria constituído outro profissional para acompanhar o caso.