Chuva no Rio adia sessão que devolveria mandato de Jango
O Congresso Nacional cancelou a sessão para a devolução simbólica do mandato presidencial de João Goulart, que aconteceria nesta quarta-feira. Segundo informações da Agência Câmara, o motivo é que a família do ex-presidente não conseguiu viajar para Brasília, em razão de fortes chuvas que atingem o Rio de Janeiro. Uma nova data para a sessão ainda não foi remarcada.
Deputados e senadores aprovaram, no mês passado, o Projeto que anulou a sessão do Congresso de 2 de abril de 1964, em que foi declarada vaga a Presidência da República, então ocupada por João Goulart. O argumento usado à época foi que João Goulart havia fugido do Brasil.
Os autores do projeto de resolução, senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP), ressaltaram que a vacância não poderia ter sido declarada, uma vez que Goulart estava em solo brasileiro, e não no exterior. Pedro Simon informou que estava com Jango naquela noite, na cidade de Porto Alegre.
Goulart morreu em 1976, durante exílio na Argentina. Os restos mortais do ex-presidente foram levados de volta para São Borja (RS) nesta sexta-feira, após terem sido trazidos para Brasília para exames no Instituto Nacional de Criminalística (INC) do Departamento da Polícia Federal. O objetivo do exame foi esclarecer se o ex-presidente foi vítima de um ataque cardíaco ou se foi assassinado.
O exame foi solicitado pela família de João Goulart a partir de declaração de um ex-agente da repressão uruguaia de que Jango havia sido envenenado.