Ciro critica participação de Haddad em debates na TV
Presidenciável do PDT disse que vetaria aumento no salário dos membros do Judiciário
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, criticou nesta terça-feira a possibilidade do vice na chapa do PT, Fernando Haddad, participar dos debates entre presidenciáveis no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato oficial do PT ao cargo. Lula está preso após ter sido condenado no âmbito da Operação Lava Jato e seu partido, o PT, tenta emplacar Haddad em seu lugar nas sabatinas e debates realizados pelas emissoras de televisão. Também nesta terça, o candidato do MDB Henrique Meirelles defendeu a participação do ex-prefeito de São Paulo dizendo que ele é o candidato do PT.
"O PT é meu adversário", disse Ciro antes de ser questionado se concordava com a participação de Haddad nos debates televisivos, no lugar de Lula. "A nossa imprensa não ajuda porque olha só uma coisa: quem é o candidato do PT à Presidência? É o Lula. Por que é que o Haddad vai para os debates? Compreende o que eu estou dizendo? Isso depende de mim? Então o Bolsonaro pode mandar o general (Mourão). É cada uma...", disse.
"Somos bastante amigos, o problema não é ele (Haddad), sou amigo do Alckmin também, o problema é o PT. O PT é muito fortemente responsável pelos problemas que estamos vivendo. Não foi o PT que escolheu Michel Temer? O PT escolheu Michel Temer", complementou.
Ciro também criticou o Supremo Tribunal Federal, que na semana passada aprovou uma proposta de reajuste para os salários dos próprios ministros. "É uma falta de respeito absoluta com o momento que estamos vivendo. "Eu vetaria", afirmou, caso vença o pleito e a medida seja aprovada também no Congresso Nacional.
O candidato do PDT também voltou a rebater críticas de que sua proposta de limpar o nome dos brasileiros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) seria "rasa". Ciro tem defendido que o processo seria implantado por meio de negociações com os bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
"Rasa é a imprensa que não consegue compreender coisa séria. Você acha que um ex-governador, ex-prefeito de capital, ex-ministro da Fazenda vai fazer uma proposta que não seja minimamente detalhada? O meu problema é que os meus adversários estão imitando tudo. A crítica, para mim, não é ruim, é bem-vinda. Por exemplo, vem da crítica a necessidade de eu já anunciar que essa providência só vale para aqueles que tiverem com nome sujo até 20 de julho passado (2018). Foi a crítica que me fez perceber que é importante dizer que essa medida só vale para trás e não para frente, para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito", explicou.