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Política

Ciro e Cid Gomes são alvos da PF sobre desvios de estádio

PF deflagrou operação contra desvios de recursos públicos nas obras de estádio Castelão, no Ceará, na manhã desta quarta-feira; Ciro nega

15 dez 2021 - 10h01
(atualizado às 10h43)
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Ciro e Cid Gomes são alvos da PF sobre desvios de estádio
Ciro e Cid Gomes são alvos da PF sobre desvios de estádio
Foto: Gabriela Biló / Estadão

A Polícia Federal (PF) deflagrou operação contra desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, no Ceará, na manhã desta quarta-feira (15), segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. Oitenta policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal. Entre os alvos, estão o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) e o irmão dele, o ex-governador do Ceará e senador Cid Gomes (PDT). De acordo com a revista Veja, as buscas têm o objetivo de apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos. 

Conforme nota da polícia, as suspeitas são de "fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrentes de procedimento de licitação para obras" no estádio, entre os anos de 2010 e 2013.

De acordo com a PF, as investigações miram em "possível pagamento de vantagem indevida para que a Galvão Engenharia obtivesse êxito no processo licitatório da Arena Castelão e, na fase de execução contratual, recebesse valores devidos pelo Governo do Estado ao longo da execução da obra de reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio".

A representação indica que o valor da concorrência foi de R$ 518 milhões, oriundo em parte de financiamento do BNDES. "Apurou-se indícios de pagamentos de 11 milhões de reais em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas", registrou a PF em nota.

A operação foi batizada de "Colosseum", que remete em italiano ao estádio Coliseu, em Roma, na Itália. 

Ciro nega suposto esquema de corrupção

Após a PF ter ido a sua casa, Ciro Gomes disse em suas redes sociais que a ordem judicial de busca e apreensão é "abusiva" e que "Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade".

"Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou. Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção", escreveu. 

Ciro também falou que a ação tem o objetivo de criar danos à sua pré-candidatura à Presidência.

Confira o posicionamento de Ciro Gomes na íntegra, publicado no Twitter:

"Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático.

Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.

O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014.

Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo.

Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou.

Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção.

Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à presidência da republica. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018.

O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim.

Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita.

Nuca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei.

Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. NINGUÉM VAI CALAR A MINHA VOZ."

* Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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