Clima tenso faz equipe reforçar segurança de Lula antes de esquema da PF
Ex-presidente, que já recebeu ameaça de morte, tem acompanhamento intensificado até dentro de sua casa
A equipe do ex-presidente Lula, pré-candidato às eleições presidenciais deste ano, reforçou a segurança do petista mesmo antes do início do esquema da Polícia Federal, que faz o acompanhamento dos candidatos em pleitos no Brasil. A informação é da coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
A decisão ocorre após momentos tensos em Campinas (SP), quando manifestantes cercaram o carro em que Lula estava, e depois de uma ameaça de morte feita contra o político no Paraná.
Sendo ex-presidente, Lula tem direito à segurança da equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ainda assim, houve um reforço dessa equipe até mesmo dentro da casa do petista.
Mudanças na rotina
A rotina de Lula, que começa a se intensificar após a oficialização da pré-candidatura, também sofreu alterações. Deslocamentos longos, por exemplo, estão sendo desaconselhados, de acordo com a coluna.
Em outra ocasião, os seguranças chamaram atenção para a localização de um palco onde Lula iria discursar em Juiz de Fora (MG). O local seria muito próximo do público, de acordo com a equipe, ainda assim, Lula marcou presença. Nessa mesma cidade, vale lembrar, o então candidato Jair Bolsonaro (PL) sofreu um atentado a faca durante as eleições de 2018.
Preocupação da PF
Lula também é uma preocupação para a PF, que passa a integrar a equipe de segurança de todos os candidatos a partir de agosto.
Em reunião com representantes dos pré-candidatos, a PF anunciou um esquema com 300 agentes e carros blindados para os presidenciáveis, que serão distribuídos conforme uma escala de risco.
Lula deve realizar eventos por todo o País, atraindo multidões, o que aumenta a possibilidade de ataques. Além disso, o petista costuma a interagir com as pessoas durante comícios, o que torna a situação mais vulnerável.
“O sentimento antipetista ainda é muito forte. Está todo mundo preocupado com a militância de extrema direita”, disse uma fonte da Polícia Federal à coluna de Malu Gaspar. “O discurso de extrema esquerda gerou um Adélio Bispo (agressor de Bolsonaro em 2018). O discurso de extrema direita pode gerar outro Adélio”.