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Política

Collor nega relação com doleiro, mas não menciona depósitos

26 mai 2014 - 16h07
(atualizado às 16h27)
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O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) negou nesta segunda-feira ter qualquer relacionamento “pessoal ou político" com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro bilionário. Na semana passada, o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, divulgou que foi encontrado no escritório do doleiro, em São Paulo, oito comprovantes de depósitos para o senador, que somam R$ 50 mil.

“Quanto ao Youssef, posso afirmar de modo e forma categóricos que não o conheço e jamais mantive com ele qualquer relacionamento de ordem pessoal e política. Por isso estou providenciando uma consulta formal à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, pedindo acesso a todas as informações, inclusive de que modo teriam sido vazados tais comprovantes”, declarou Collor, em discurso no plenário do Senado.

Apesar da negativa sobre a relação com Youssef, Collor não negou em nenhum momento ter recebido o dinheiro. Apenas disse que não mantém relações com o doleiro ou com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal – que foi solto após determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante sua fala, Collor fez ataques à imprensa e disse ser vítima de uma campanha "difamatória" da mídia que não se "conforma" em vê-lo inocente das acusações que resultaram em seu impeachment da Presidência da República, em 1992.

“Se trata de mais uma desmesurada tentativa de criminalização de quem não cometeu a aludida ilegalidade. Mais uma vez, julgam de forma atabalhoada e, pior, querem condenar antecipadamente, aplicando de vez o temerário e chamado jornalismo declaratório. O principal teor do expediente do juiz Sérgio Moro ao ministro Teori Zavascki foi sua taxativa declaração de que não há qualquer envolvimento meu nos oito inquéritos  da Polícia Federal vinculados àquela operação (Lava Jato). E isso é de fundamental e importância e merece realce”, disse Collor.

Suspeita

De acordo com relatório enviado pela Polícia Federal ao juiz, que depois foi encaminhado ao STF, ocorreram oito depósitos fracionados em espécie de R$ 1,5 mil; R$ 9 mil; R$ 1,5 mil; R$ 9 mil; R$ 8 mil; R$ 9 mil; R$ 8 mil e R$ 4 mil em favor do senador. Segundo a PF, os depósitos ocorreram em fevereiro, março e maio do ano passado. Apesar dos achados da polícia, Moro afirma que o senador não é investigado na operação.

"Relativamente ao material apreendido, juntado ontem nos autos eletrônicos, foi este juízo alertado pela autoridade policial que nele constam oito comprovantes de depósitos bancários em espécie que teriam sido encontrados no escritório de Alberto Youssef e que teriam por beneficiário o senador da República Fernando Affonso Collor de Mello. Apesar disso, observo que não há qualquer indício do envolvimento do referido parlamentar nos crimes que já foram objeto das aludidas oito ações penais propostas", informou o juiz.

Fonte: Terra
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