Com 3ª maior votação da história, Alcolumbre ficou a 4 votos de recorde
Vitória de Alcolumbre marca seu retorno ao comando da Casa após cinco anos, com apoio de aliados como Rodrigo Pacheco
Neste sábado, 1º, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito para a presidência do Senado Federal, após uma votação histórica que contou com o apoio de uma ampla coalizão que uniu tanto aliados do governo quanto da oposição. Ao todo, ele obteve 73 votos, tornando-se o terceiro candidato mais votado da história da Casa, atrás apenas de José Sarney, em 2003, e Mauro Benevides, em 1991, que receberam 76 votos.
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A eleição de Alcolumbre contou com a participação de importantes siglas, incluindo o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele enfrentou desafios de outros candidatos, como o senador Marcos Pontes (PL-SP), que não teve apoio de sua própria sigla, e Eduardo Girão (Novo-CE). Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) também haviam se colocado como concorrentes, mas desistiram momentos antes da votação.
A vitória de Alcolumbre se dá cinco anos após sua saída da presidência do Senado, quando, em 2021, ele elegeu Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como seu sucessor. Agora, Pacheco retribui o apoio e foi um dos principais articuladores da volta de seu padrinho. Na eleição anterior, Alcolumbre teve uma vitória apertada, com 42 votos, ao derrotar Renan Calheiros (MDB-AL).
Alcolumbre possui uma relação de proximidade com o governo Lula, já que dois de seus aliados foram indicados para ministros: Waldez Goes (Integração Nacional) e Juscelino Filho (Comunicações).
Contudo, ele também mantém sua base de apoio na oposição. A aliança inclui o PL de Bolsonaro, que ocupa a vice-presidência do Senado, e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF), que foram nomeados para as comissões de Segurança Pública e Direitos Humanos, respectivamente.
Após sua saída da presidência, Alcolumbre comandou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde adotou uma postura pragmática, buscando alinhar-se com a oposição em várias pautas. Entre as medidas que ele colocou em votação, destacam-se a proposta que define um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil, com forte oposição do governo, e a aprovação da PEC que limita as decisões monocráticas de ministros do STF, pauta defendida pela oposição.
Outro movimento controverso foi a escolha de Efraim Filho (União-PB), ex-aliado de Jair Bolsonaro, para relatar uma PEC que torna crime o porte de qualquer quantidade de drogas, um tema que divide o Senado e polariza a sociedade brasileira.