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Política

Com ato pró 3ª via, MDB tenta frear flerte com Lula

Sigla estuda organizar um evento nas próximas semanas para apresentar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet dentro das opções

25 ago 2021 - 18h00
(atualizado às 18h22)
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Com o lançamento do documento "Todos por um só Brasil", nesta quarta-feira, 25, o MDB tenta marcar posição a favor da construção de uma terceira via na disputa presidencial fora da polarização entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. A partir deste posicionamento, a legenda busca não apenas participar da montagem de uma alternativa, mas também colocar um freio nas conversas políticas que setores do MDB vem tendo com Lula.

Nos últimos dias, o ex-presidente se reuniu com importantes lideranças emedebistas, como Roseana Sarney, Garibaldi Alves e Eunício Oliveira, entre outros. Como Lula é politicamente forte no Nordeste, líderes emedebistas locais têm aceitado discutir a sucessão de 2022 com o ex-presidente, que hoje lidera as pesquisas de intenção de voto.

Lula e Sarney se encontraram no mês de maio deste ano
Lula e Sarney se encontraram no mês de maio deste ano
Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter / Estadão Conteúdo

O problema é que esse movimento contraria a opinião de parte da cúpula do MDB, que defende a participação na candidatura de uma terceira via. Para isso, inclusive, o MDB já estuda organizar um evento nas próximas semanas para apresentar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) dentro das opções para a terceira via, mas sem impor seu nome como cabeça-de-chapa.

Ao mesmo tempo, o MDB tem divisões internas históricas entre suas alas. Tanto que entre os presentes ao lançamento do documento que prega a terceira via estavam políticos que ocuparam ministérios nos governos petistas, como Henrique Eduardo Alves, Eduardo Braga, Marcelo Castro, entre outros, e que hoje sinalizam simpatia pela discussão em torno da terceira via. Ao mesmo tempo, estavam presentes membros atuais do governo Bolsonaro, como os senadores Fernando Bezerra, líder do governo no Senado, e Eduardo Gomes, líder do governo Congresso, além do deputado federal Osmar Terra, um dos principais aliados do presidente.

O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, fez questão de lembrar que o partido é contra qualquer radicalização política dentro de todo o espectro político. Baleia citou que tem feito parte da discussão de um grupo de nove partidos em torno da construção da terceira via. E acredita ser importante o fato de o partido apresentar um documento com suas propostas para o Brasil em vez de "fulanizar" o processo eleitoral e tendo de adaptar o partido às ideias prévias de um candidato.

"Queremos apresentar uma terceira via para o País fora do extremismo. Fora dessa briga campal que infelizmente atrapalha a estabilidade política e econômica do nosso País e prejudica a população. E nós podemos sim liderar esse processo. Liderar esse debate. Não queremos fulanizar a disputa eleitoral de 2022. Nós estamos fazendo é o inverso. Estamos primeiro discutindo e apresentando um projeto de País", disse Baleia.

Num discurso forte em defesa da democracia, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), aproveitou o título do documento, "Todos por um só Brasil", para discutir que país "queremos ter".

"Queremos um Brasil com compromissos democráticos? Creio que o MDB tem no seu DNA o espírito da democracia. E nunca, nos últimos tempos, foi tão importante para o Brasil um partido com um compromisso tão inarredável com a democracia como tem o MDB. Acho que o MDB tem uma grande responsabilidade neste momento para com o Brasil. Não apenas para manter as instituições democráticas. Não apenas para manter o Estado democrático. Não apenas para fazer valer a nossa Constituição. Mas para assegurar os direitos fundamentais, os direitos individuais, os direitos coletivos. Sem os quais uma democracia não se coloca de pé", afirmou.

"Precisamos garantir que o jogo de 2022 acontecerá dentro das quatro linhas da democracia. Dentro, portanto, dos parâmetros da democracia. O MDB não pode colocar em dúvida o instrumento que elegeu o MDB o maior partido do Brasil, que foram as urnas eletrônicas", destacou Braga.

"Esse é um Brasil que tem pressa para combater a fome. A fome tem pressa. Enquanto estamos discutindo, lamentavelmente, no interior do meu Estado a gasolina está acima de R$ 7. Lamentavelmente, no interior do Brasil, a botija de gás está acima de R$ 130. Esse é o Brasil em que os brasileiros vivem. E é para eles que o MDB tem de responder. É para eles que o MDB tem de acender uma chama olhando para 2022. Nós do MDB temos compromisso com uma democracia que garanta crescimento econômico, justiça social, responsabilidade ambiental. Compromisso com a Educação", reforçou o senador.

Documento. No material produzido pela Fundação Ulysses Guimarães, o MDB defende fortemente o valor da democracia. "O MDB aposta na democracia, na liberdade e na igualdade de oportunidades. Não se deixa levar por arroubos autoritários ou medidas populistas que tanto dano causam ao País e, em particular, aos mais desfavorecidos.

O posicionamento traz três princípios fundamentais: "a democracia, com absoluto compromisso com as liberdades e a defesa da Constituição, correta- mente dita Cidadã; uma noção de desenvolvimento voltada para todos, sem exclusões e baseada na participação de todos; a igualdade de oportunidaes é aqui o nosso norte; e um governo funcional, fundado na competência, na execução e no manejo honesto e criterioso dos recursos públicos que são, de fato, dos cidadãos e empresas, daqueles que pagam impostos e contribuições"", afirma o texto.

O partido também descreve o "perigo real" que os extremos políticos podem representar. "Os extremos representam um perigo real para a democracia, perigo esse que está cada vez mais presente."

Estadão
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