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Política

SP: com bebê no colo, ex-CQC é hostilizado por "paneleiros"

Jornalista publicou vídeo no qual recebe ameaças na Avenida Paulista; para ele, manifestantes são “doentes”

19 mai 2015 - 13h40
(atualizado às 14h07)
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O jornalista Guga Noblat, ex-repórter do programa CQC, da Band, foi hostilizado por cerca de 20 manifestantes anti-PT que faziam um panelaço em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, na tarde do último domingo. Na ocasião, Guga estava com um bebê – sua filha – no colo.

Com bebê no colo, ex-repórter do CQC é alvo de insultos:

O vídeo que mostra os insultos e ameaças foi compartilhado pelo jornalista em seu perfil pessoal no Facebook. Na postagem, Guga diz que mora perto do Masp e estava voltando para casa quando foi “atacado por um bando de militantes idiotas” e “covardes”. “Mesmo com minha filha no colo”, escreveu. “Não evitei a manifestação porque parecia insignificante e não imaginava que seriam tão baixos e doentes a ponto de me atacar, especialmente com um bebê”, encerrou.

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Guga começou a ter problemas com os manifestantes em 2014, durante a cobertura dos primeiros protestos em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), logo após o resultado das eleições. Na época, ele foi acusado de distorcer a cobertura das manifestações e era frequentemente hostilizado. Em entrevistas concedidas à imprensa ele chegou a dizer que estava sendo “perseguido pela extrema-direita”.

O novo episódio, segundo Guga, foi motivado pela cor da camiseta que usava: vermelha. “Disseram que saí de casa com camisa do Che Guevara pra causar tumulto. Como podem ver, era uma camiseta All Star (USA)”, escreveu em novo post, publicado ontem, no qual ainda chama os manifestantes de “doentes”.

Camiseta vermelha usada por Guga Noblat no dia em que foi chamado de "comunista"
Camiseta vermelha usada por Guga Noblat no dia em que foi chamado de "comunista"
Foto: Facebook / Reprodução

“Não esperava ser ofendido com minha filha no colo por 20 pessoas que dizem fazer um protesto democrático. Não podia prever essa covardia. Me irritei, respondi alguns insultos antes de ir embora (...) E não tenho que me preocupar com a cor da camisa que uso só porque tem um povo doente que está radicalizando a política”, continuou.

Repercussão

O vídeo publicado por Guga foi compartilhado por mais de 2 mil pessoas no Facebook. Apesar do apoio, Guga também tem recebido diversas críticas em seu perfil: alguns o chamam de "petista"; outros afirmam que ele assumiu o risco e expôs a própria filha ao passar com a criança no meio dos manifestantes.

Para o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que compartilhou o vídeo, os insultos foram motivados por “ódio” e o episódio se transformou em um “espetáculo fascista”. “Nem mesmo a presença de uma criança de colo impediu que Guga Noblat fosse alvo de insultos e ameaças movidos a ódio por parte dos que batiam panelas na Avenida Paulista; nem mesmo aquela criança foi capaz de reduzir o ódio de quem o cercava, aos berros, e que afirmava ter o direito de dizer se ele poderia ou não trafegar por uma rua pública ao lado de sua casa”, escreveu Wyllys.

“O ódio cega. O ódio desumaniza. O ódio tira o senso do ridículo. O ódio transforma o que poderia ser uma crítica construtiva ou uma manifestação pacífica num espetáculo fascista assustador!”, continuou o deputado.

Fonte: Terra
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