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Política

Com líderes de esquerda no Rio, Lula defende aliança ampla

A aliados, ex-presidente fala em conciliação como modo de se fazer política; nesta sexta, petista almoça com prefeito Eduardo Paes

10 jun 2021 - 22h08
(atualizado às 22h31)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para 2022, se reuniu com líderes da esquerda do Rio durante três horas nesta quinta-feira, 10. O encontro foi fechado, mas o Estadão apurou que o petista defendeu a importância de buscar o centro na composição eleitoral de 2022 e disse que a conciliação é uma característica do seu modo de fazer política.

Lula também lamentou os rumos tomados pelo PDT de Ciro Gomes, que passou a atacá-lo como forma de mirar o eleitorado de direita e roubar votos de Jair Bolsonaro. Por estar no Rio, evocou ainda o nome do ex-governador Leonel Brizola, pedetista histórico. O PSB, partido-chave para o PT em 2022, recebeu acenos.

Ex presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Ex presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Foto: Roberto Sungi / Futura Press

Participaram do encontro quadros da esquerda como os deputados federais Marcelo Freixo (PSOL, mas com ida encaminhada para o PSB), Alessandro Molon (PSB), Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT), além da presidente e do vice do diretório nacional do PT, Gleisi Hoffmann e Washington Quaquá. Deputados estaduais e vereadores petistas também estiveram presentes. A reunião se deu em um hotel na orla de Copacabana, zona sul da cidade.

O Rio é considerado uma das prioridades de Lula para 2022. Além da situação crítica do Estado, palco de crises políticas e econômicas nos últimos anos, foi lá que surgiu o bolsonarismo. Conquistar uma vitória local e ter um palanque forte para fazer oposição ao presidente na eleição é tido como algo essencial. No momento, o desenho aponta para uma candidatura de Freixo. Essa chapa teria o apoio do PT e, no melhor cenário, de forças políticas de centro.

Freixo está prestes a definir sua filiação ao partido do colega de Câmara Molon. Eles ocupam, respectivamente, as funções de líder da minoria e da oposição na Casa. O PSB também se prepara para receber outros quadros importantes, como o governador maranhense Flávio Dino e a ex-deputada gaúcha Manuela D'Ávila, do PCdoB.

No âmbito nacional, a atenção dada ao Rio ilustra as prioridades eleitorais do PT. O partido está focado em eleger Lula e formar uma robusta bancada de deputados. Candidaturas próprias a governador e senador serão preteridas em troca de apoios no pleito presidencial.

Lula chegou ao Rio no início da tarde. O encontro com líderes da esquerda carioca foi seu primeiro compromisso na cidade, onde fica até domingo de manhã. Nesta sexta, ele tem almoço marcado com o prefeito Eduardo Paes (PSD), considerado peça-chave na busca pelo centro para a formação da aliança ampla no Estado.

O encontro entre os dois, que mantiveram boa relação quando Paes ocupou a prefeitura pela primeira vez (2009-2016), será no Palácio da Cidade, de onde o prefeito despacha. Trata-se da primeira visita de Lula a um chefe de Executivo desde que teve os direitos políticos retomados.

Nesta quarta, em almoço com empresários do Grupo Lide, Paes teceu elogios ao ex-presidente, lembrando de como ele era "o centro das atenções" em viagens internacionais que faziam naquela época. Também classificou o petista e o tucano Fernando Henrique Cardoso como "grandes líderes políticos".

Também amanhã, Lula visita um estaleiro na capital fluminense. No sábado, reúne-se com artistas.

Estadão
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