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Política

Com Marina no governo, Rede dá seu único voto na Câmara contra Lula no arcabouço fiscal

Posicionamento de Túlio Gadêlha se dá em meio a embates entre ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia

24 mai 2023 - 18h10
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O único voto da Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, no arcabouço fiscal foi contrário aos interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O posicionamento do deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) se dá em meio a um contexto de sucessivos embates entre os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Ao Estadão, o deputado disse que acompanhou a decisão da federação PSOL-Rede, à qual pertence. Todos os 14 parlamentares do bloco votaram contra o projeto, incluindo Gadêlha.

Tulio Gadelha deputado camara rede pernambuco câmara dos deputados
Tulio Gadelha deputado camara rede pernambuco câmara dos deputados
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados / Estadão

"Ajudamos a eleger esse governo, então temos de ajudar a governar, entregamos os melhores nomes que temos nos nossos partidos, tanto Sônia Guajajara como Marina Silva. Mas nosso partido sempre teve independência no que diz respeito às questões centrais ideológicas, seus posicionamentos, e por isso fomos contrários", disse o deputado. O líder da bancada que une os dois partidos e dá as diretrizes ao bloco é Guilherme Boulos (PSOL-SP), que participou da campanha de Lula e tem apoio do petista para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2024.

O resultado da votação da noite desta terça-feira, 23, foi favorável ao governo, mas teve mais votos vindos do PL de Jair Bolsonaro, oposição a Lula, do que da federação PSOL-Rede, que tem duas ministras no governo. Além de Marina, no Ministério do Meio Ambiente, Sônia Guajajara, do PSOL, chefia o Ministério dos Povos Indígenas.

Petróleo na foz do Amazonas

O imbróglio entre Marina Silva e outras pastas da Esplanada começou em uma queda de braço com ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O motivo era um pedido da Petrobras para explorar jazidas de petróleo a mais de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas.

Na mesma semana em que Silveira chamou os empecilhos para a autorização de "pseudorrisco", o Ibama, órgão subordinado ao ministério de Marina, indeferiu o licenciamento pleiteado pela Petrobras. A empresa divulgou um pronunciamento se dizendo "surpresa" com a decisão e afirmando que irá recorrer administrativamente do veredito.

Após a decisão do Ibama, o senador Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso e parlamentar da Rede, partido de Marina, foi a público criticar a decisão do órgão. No dia seguinte, ele anunciou sua desfiliação do partido. Nos bastidores de Brasília, ele articula uma mudança para o PT.

Na manhã desta quarta-feira, 24, no Senado e no Congresso, tanto Marina Silva quanto Alexandre Silveira expuseram publicamente o atrito entre os interesses das duas pastas. "Não consigo compreender não haver nas questões estratégicas a possibilidade de superarmos questões burocráticas", disse Silveira, defendendo a Petrobras. Já a ministra do Meio Ambiente ratificou a decisão do Ibama sobre o pedido da Petrobras. "Eu compreendo, estou com 65 anos, comecei essa luta desde que eu nasci. Já apanhei igual a couro de pisar tabaco. Eu prefiro sofrer injustiça do que praticar injustiça", disse Marina.

Pasta desidratada

Paralelo à questão do petróleo na foz do Rio Amazonas, a comissão especial da medida provisória da reforma ministerial de Lula, que caduca no próximo dia 1.º, aprovou o relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), com o esvaziamento da pasta do Meio Ambiente: Agência Nacional das Águas (ANA) vai para o Ministério da Integração, e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), para o Ministério da Gestão.

A iniciativa foi alvo de uma nota da Rede. "Manifestamos nosso repúdio a qualquer iniciativa que retire atribuições fundamentais ao Ministério do Meio Ambiente ou a seus órgãos executores e colegiados. Nada de retrocessos! Avançar na agenda da sustentabilidade como parte da reconstrução do Brasil", diz o texto.

Estadão
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