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Política

Com supergrupos adiados para 2023, WhatsApp ignora pressão de Bolsonaro

26 ago 2022 - 19h43
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O aplicativo de mensagens WhatsApp decidiu adiar a implementação da ferramenta "Comunidades" no Brasil. Não há previsão de que a funcionalidade esteja disponível para os brasileiros antes de 2023.

"Estamos entusiasmados com o valor que a funcionalidade Comunidades trará para que organizações sociais e empresas possam gerenciar suas conversas em grupo. Enquanto estamos progredindo, não temos a expectativa de lançar Comunidades no Brasil antes de 2023?, diz um informe do porta-voz do aplicativo.

A ferramenta permitiria o aumento do número de usuários nos grupos de WhatsApp, que poderiam chegar a milhares de pessoas. No modelo atual, há um limite de 256 participantes.

As especulações sobre a mudança abriram um debate sobre o risco de facilitar a disseminação de notícias falsas no período pós-eleitoral. O WhatsApp é considerado por especialistas uma das plataformas com menor grau de controle sobre o conteúdo que circula entre os usuários, já que as conversas são privadas e criptografadas. Nas redes sociais, como Instagram e Facebook, há moderação de conteúdo.

A decisão de adiar a novidade para 2023 foi informada nesta semana ao Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. Antes, o WhatsApp havia se comprometido a ativar a funcionalidade após o segundo turno das eleições. O MPF expediu então uma recomendação apontando riscos de desinformação após o período eleitoral. O órgão manifestou preocupação com "fluxos organizados de desinformação sobre as instituições e os processos democráticos brasileiros" e com a "integridade cívica do País".

O Estadão apurou que a negociação sobre a data de lançamento foi delicada e que a plataforma sofreu pressão para não adiar o lançamento. O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a se reunir com representantes do WhatsApp justamente para pedir o lançamento dos supergrupos antes das eleições. O aplicativo é considerado fundamental para a campanha bolsonarista por causa da interação com os apoiadores.

Estadão
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