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Política

Comando do Exército sabia da gravidade da crise na véspera do 8/1, diz jornal

Instituição militar elaborou seus próprios relatórios; mensagens da inteligência levaram a prontidão ineficaz

26 ago 2023 - 09h51
(atualizado às 12h02)
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Mais de 1,3 mil pessoas foram denunciadas por envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro.
Mais de 1,3 mil pessoas foram denunciadas por envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro.
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

A alta administração do Exército Brasileiro tinha conhecimento, por meio de suas próprias fontes, da gravidade da crise em desenvolvimento em Brasília no dia 7 de janeiro deste ano, um dia antes dos ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes na capital federal. As informações são da Folha de S.Paulo

Até então, era de conhecimento público que avisos haviam sido gerados pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), sob a jurisdição do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), no dia subsequente à tentativa por parte de bolsonaristas de interferir na posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Esses relatórios eram compartilhados com diversos órgãos, incluindo o CIE (Centro de Inteligência do Exército). No entanto, a instituição militar elaborou seus próprios relatórios, que de maneira informal foram recebidos por membros de sua alta liderança, pelo menos no sábado (7 de janeiro), que antecedeu os ataques.

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A matéria teve acesso a algumas dessas mensagens, que foram transmitidas via WhatsApp e não por meio de documentos oficiais. Isso levou o CIE a responder à CPMI do 8 de janeiro que não dispunha de relatórios sobre os acontecimentos no acampamento diante do Quartel-General do Exército, um dos epicentros da crise.

Pessoas que receberam essas mensagens confirmam que houve uma certa indecisão em tomar medidas, em parte devido à crença de que caberia ao GSI a responsabilidade de solicitar um reforço de tropas ao CMP (Comando Militar do Planalto), de acordo com a estrutura estabelecida. Conforme detalhado pelo jornal em janeiro, esse procedimento não foi efetuado.

Mesmo assim, uma mobilização extra-oficial foi convocada, conforme testemunhas presentes durante a crise relataram. 

Contudo, essa ação não teve o sucesso desejado: durante as manifestações golpistas em 15 de novembro, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula foram destacados 110 soldados para o Planalto, enquanto os 36 mobilizados em 8 de janeiro chegaram à sede do Executivo quando os distúrbios já estavam em andamento.

Conforme as investigações posteriores revelaram, não houve uma cooperação eficaz com as forças de segurança locais e ocorreu decisão de permitir que os manifestantes que retornavam da Esplanada dos Ministérios se dirigissem novamente ao acampamento próximo ao Quartel-General, onde receberam proteção durante uma noite, inclusive com o apoio de dois veículos blindados.

Fonte: Redação Terra
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