Comissão do Senado vai investigar se joias foram propina
Omar Aziz abriu investigação sobre venda de refinaria para Emirados Árabes; negócio foi feito no mesmo ano em que joias entraram no País.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), novo presidente da Comissão de Transparência e Fiscalização do Senado Federal, anunciou a abertura de uma investigação sobre a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para um fundo dos Emirados Árabes Unidos. A Petrobras concluiu a venda em novembro de 2021, mesmo ano em que joias avaliadas em R$ 16,5 milhões entraram ilegalmente no País após uma viagem da comitiva brasileira do governo Bolsonaro a Arábia Saudita.
De acordo com o parlamentar, o objetivo da investigação é apurar se as joias, transportadas pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, foram presenteadas como uma forma de pagamento de propina.
“Qualquer violação ao interesse da União, relação com a tentativa de descaminho de joias ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda será levada à Justiça para punição dos envolvidos”, disse Aziz nesta quinta-feira, 9.
Na última terça-feira, 7, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já havia cobrado uma apuração sobre a privatização. A federação argumenta que a refinaria foi vendida por um valor considerado abaixo do mercado.
“O primeiro passo da comissão será pedir documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço abaixo do valor de mercado do ativo brasileiro para os estrangeiros", completou Omar Aziz.
Defesa
O ex-presidente Bolsonaro se defendeu do caso, revelado pelo Estadão, afirmando que não pediu, nem recebeu o presente. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem o item mais valioso do presente seria endereçado, negou ter conhecimento das joias e ironizou o ocorrido. "Quer dizer que, 'eu tenho tudo isso' e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória", escreveu.