Comitiva brasileira vai aos EUA discutir crise entre Musk e Moraes
Viagem também tratará das invasões ao Capitólio e às sedes dos Três Poderes ocorridas em janeiro de 2021 e de 2023, respectivamente
Uma comitiva de parlamentares, liderada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), estará nos Estados Unidos, na próxima semana, para discutir ataques à democracia nos dois países. A crise entre o bilionário dono da Tesla e do X (antigo Twitter), Elon Musk, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também será tema de discussão com os congressistas americanos.
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A delegação brasileira, que está envolvida na investigação dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 em Brasília, terá um encontro com o deputado democrata Jamie Raskin. Ele é membro do Comitê responsável pela investigação da invasão ao Capitólio, sede do Poder Legislativo dos EUA, em 6 de janeiro de 2021. O ato marcou o ápice dos ataques à democracia nos EUA, e tinha como objetivo impedir a diplomação do presidente eleito Joe Biden.
A comissão é formada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e pelos deputados federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rafael Brito (MDB-AL) e Rogério Correia (PT-MG). A viagem é organizada e financiada pelo Instituto Vladimir Herzog, e deve durar de 29 de abril a 2 de maio.
Conflito Musk x Moraes
O recente conflito entre o bilionário e o magistrado da Suprema Corte está na pauta da viagem, conforme ratificou a senadora Eliziane Gama. Os dois estão envolvidos em uma crise desde que o dono do X começou a questionar as decisões judiciais do ministro, alegando que violam a legislação brasileira.
Em uma publicação no X, a parlamentar disse que as críticas de Musk representam um desafio às leis do Brasil. Ela também declarou que "golpistas aqui não prosperam" porque "no Brasil há democracia e instituições fortes".
Na última quarta-feira, 17, deputados do Partido Republicano dos EUA divulgaram um relatório alegando "censura do governo brasileiro". O relatório destacou 88 ordens do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que exigiam a remoção de conteúdos ou perfis do X, além de outras redes sociais como Facebook e Instagram. Muitas dessas decisões foram proferidas por Moraes em processos que estão sob sigilo no STF.