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Política

Congresso deve superar polarização e aprovar reformas, defendem políticos em debate em SP

Organizado pelo RenovaBR, parlamentares e governadores eleitos afirmam que Lula deve promover um governo que dialogue com Legislativo e a sociedade civil

8 dez 2022 - 23h07
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O Congresso deve superar a polarização e as diferenças partidárias em torno da aprovação de reformas, afirmaram parlamentares e economistas que participaram de um encontro organizado pelo RenovaBR nesta quinta-feira, 8, em São Paulo. O tema do debate foi: "Os próximos quatro anos do Congresso Nacional".

Tabata Amaral, deputada pelo PDT de São Paulo
Tabata Amaral, deputada pelo PDT de São Paulo
Foto: Najara Araujo/ Agência Câmara / Estadão

De acordo com eles, a principal missão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é promover um governo que articule com o Legislativo e a sociedade civil, incluindo nomes que estão à frente das maiores empresas no País, para recuperar a rota do crescimento.

Participaram os governadores eleitos Eduardo Leite (PSDB-RS) e Raquel Lyra (PSDB-PE), os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Mendonça Filho (União Brasil-PE), o ex-governador Paulo Hartung, os empresários Abílio Diniz (Carrefour) e André Esteves (BTG Pactual) e o apresentador Luciano Huck.

Tabata argumentou que a prioridade da nova legislatura deve ser a reforma tributária. "Se tivesse de escolher uma para fazer rápido, seria essa", afirmou. Ela defendeu a simplificação dos tributos e destacou o potencial do Congresso de impactar o PIB com o encaminhamento da proposta. "Uma boa reforma tributária pode elevar o PIB em 2, 3 pontos".

A parlamentar também colocou na conta do próximo Congresso a necessidade de rever o pacto federativo. Ela criticou a articulação do governo Jair Bolsonaro com os Estados, dando como exemplo a limitação do ICMS para conter o preço dos combustíveis. "A discussão sobre os combustíveis bagunçou muito a conta dos Estados", afirmou.

Leite defendeu a moderação do debate político, lamentou a polarização que marcou a eleição presidencial e comentou a pressão que sofreu para declarar voto em Lula ou Bolsonaro no segundo turno. "Me recuso a ser sintetizado pelo meu voto no segundo turno. Tomei a decisão de não me manifestar a esse respeito. No contexto das redes sociais, a moderação parece pouco saborosa diante das opções radicais. As pessoas nem entendem um assunto e já têm opiniões radicais sobre ele", declarou.

Leite também disse ser irrealista esperar que a população se engaje em peso no tema das reformas. Segundo ele, é preciso dialogar com os setores da sociedade civil que abraçam esses assuntos. Na plateia, estavam empresários que se engajam no tema das contas públicas. "Quero acreditar no compromisso do novo governo com o controle fiscal", afirmou Abílio Diniz em um dos painéis do evento. Ele participou de reunião com Lula quando o petista ainda era candidato, em setembro, e, na época, fez um apelo para que o presidente eleito reduzisse a carga tributária do País.

O apresentador e empresário Luciano Huck, que mediou a última parte do evento, argumentou que, em se tratando de reformas, é necessário criar "uma narrativa que vá além do ambiente político, em que as pessoas se identifiquem na vida real". "O assunto das reformas é necessário, mas muito distante dos problemas reais das pessoas", afirmou.

O debate foi organizado pelo RenovaBR e integrou a programação de uma espécie de "curso preparatório" que o grupo oferece para congressistas de primeiro mandato, em parceria com o Insper. Todos os eleitos estreantes no Legislativo foram convidados para o curso, que se propõe a "qualificar" os parlamentares para os desafios dos cargos. A "sala de aula", em São Paulo, reúne Rosângela Moro (União Brasil), Sérgio Moro (União Brasil) e Deltan Dallagnol (Podemos), entre outros.

Estadão
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