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Política

'Convicto de inocência', Donadon diz que voto aberto constrange colegas

12 fev 2014 - 20h59
(atualizado às 21h27)
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Donadon veste terno para comparecer a Plenário
Donadon veste terno para comparecer a Plenário
Foto: Luis Macedo / Agência Câmara

O deputado federal afastado Natan Donadon (sem partido-RO) afirmou nesta quarta-feira que se sente um "injustiçado" pelas acusações que recebeu, mas que decidiu ir à Câmara dos Deputados em razão da "convicção de sua inocência". Ele entrou no plenário da Casa enquanto o relator do processo de cassação, José Carlos Araújo (PSD-BA), defendia a cassação do parlamentar da tribuna.

"Me sinto injustiçado, estou aqui pela certeza da convicção da minha inocência. Creio que isso me motiva a estar aqui. Sei que o voto é aberto, mas a convicção da inocência me fez vir aqui", disse o deputado afastado a jornalistas. Donadon trocou as roupas brancas, cor exigida pela penitenciária da Papuda, onde está preso, por um terno antes de entrar no Plenário. Ele afirmou ainda que "o voto aberto é um voto que constrange os colegas".

'Voto é prisão'

"O voto aberto é uma prisão. O meu processo iniciou com voto secreto, é constitucional. Estão rasgando a Constituição, o regimento interno. Estão mudando a regra no meio do jogo. Me considero injustiçado, perseguido politicamente, um bode expiatório; para resolver problema de não sei quem aí, escolheram eu", complementou Donadon à imprensa.

Perguntado se ele pode voltar a política, respondeu: "Olha, sendo liberado, por que não?" "Estando ok a minha situação com a Justiça Eleitoral. Evidentemente, fiz meu trabalho com muito carinho, com muito amor pela população do Estado de Rondônia", disse. E repetiu a reclamação ao votom aberto: "Vai fazer com que meus colegas votem contra o coração e a vontade deles".

Condenação

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos e quatro meses de prisão, por peculato e formação de quadrilha, pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, quando era diretor financeiro da instituição, Donadon foi novamente à Câmara dos Deputados para acompanhar a sessão para julgar seu mandato. Dessa vez, no entanto, não deve se defender no plenário.

No ano passado, a Câmara não obteve maioria absoluta de votos para derrubar o mandato do primeiro parlamentar preso desde a redemocratização. Foram 233 votos a favor da cassação, 131 contra e 41 abstenções, mas eram necessários pelo menos 257 manifestações favoráveis pela cassação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afastou, em decisão monocrática, Natan Donadon, convocando imediatamente o suplente. O afastamento tomou como base o fato de o tempo previsto de prisão em regime fechado superar a duração do mandato, que terminaria no fim de 2014. Depois da manutenção do mandato de Donadon, o presidente da Câmara prometeu que não convocaria mais uma cassação de mandato em votação secreta.

Fonte: Terra
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