CPI aprova convocação de Weintraub, Wizard e Filipe Martins
Convocação para ouvir o pastor Silas Malafaia, no entanto, foi negada pela comissão
Apontados como integrantes de um suposto 'assessoramento paralelo e extraoficial' do governo Bolsonaro sobre assuntos da pandemia, o empresário Carlos Wizard e o ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub foram convocados nesta quarta-feira (26) para depor à CPI da Covid. Os requerimentos foram aprovados na sessão em que os senadores deram aval à convocação de governadores e de novos depoimentos do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.
"Para que seja possível esclarecer a potencial condição de participante ou coordenador de um estrutura extraoficial de assessoramento do Presidente da República no combate à pandemia, faz-se necessária a oitiva do Sr. Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República", escreveu o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ao pedir a convocação de Weintraub, que é irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. "O Wizard passou um mês assessorando o ex-ministro Pazuello", apontou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), durante a votação.
Assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins também foi convocado para depor à CPI. O senador Humberto Costa (PT-PE) justificou o pedido afirmando que um dos eixos da investigação da CPI diz respeito à política externa adotada pelo governo durante a pandemia. Um alinhamento ao governo Trump e uma postura 'hostil' em relação à Organização Mundial da Saúde (OMS) foram citadas pelo senador.
Da estrutura do governo, foram aprovadas ainda a convocação da ex-secretária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde Luana Araújo, e do ex-assessor de comunicação de Pazuello Marcos Eraldo, conhecido como 'Marquinhos Show'.
O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) ainda pediu que fosse votado pela CPI o convite ao pastor Silas Malafaia. "Se querem ouvir quem fala ao presidente, então propus o nome de Silas Malafaia", disse ele. Aziz, no entanto, negou o pedido do colega. "Não irei pautar isso. Conselhos que Bolsonaro recebe eram conselhos espirituais", respondeu o presidente da CPI.