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Política

CPI aprova convocação do presidente do Instituto Lula

Deputados também aprovaram acareações com o ex-tesoureiro do PT e a quebra de sigilos do ex-ministro José Dirceu

11 jun 2015 - 11h56
(atualizado às 12h46)
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Paulo Okamoto é presidente do Instituto Lula
Paulo Okamoto é presidente do Instituto Lula
Foto: Renato S. Cerqueira / Futura Press

A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para explicar o recebimento de R$ 3 milhões em doações da empreiteira Camargo Corrêa entre 2011 e 2013. A convocação é uma derrota para o PT no dia da abertura do congresso nacional do partido.

Os deputados também querem que Okamotto explique o repasse de R$ 1,5 milhão da mesma empresa, que recebeu R$ 2 bilhões da Petrobras durante o período, para a Lils Palestras Eventos e Publicidade, que pertence ao ex-presidente Lula.

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Além da convocação, os deputados aprovaram em bloco outros requerimentos desfavoráveis ao PT, como a acareação do ex-tesoureiro João Vaccari Neto com Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, delatores da Lava Jato, e a quebra de sigilos do ex-ministro José Dirceu, entre 2005 e 2015, e da empresa dele, a JD Constultoria.

Outro requerimento que envolve Dirceu é o que convoca Milton Pascowitch, apontado como operador da empresa Engevix. A CPI também aprovou uma acareação dele com o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.  

Pascowitch é suspeito propina para a diretoria de Serviços da Petrobras, ligada ao PT e controlada por Renato Duque até 2012. A Polícia Federal também encontrou, durante a operação Lava Jato, registros de pagamentos de mais de R$ 1 milhão por uma empresa de Pascowitch à JD Consultoria, empresa de José Dirceu.

A CPI aprovou ainda a convocação de José de Filippi Júnior, tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Em depoimento no acordo de delação premiada, Pedro Barusco disse que o ex-diretor Renato Duque solicitou ao representante da SBM Offshore, Júlio Faerman, US$ 300 mil dólares como reforço de campanha. 

Deputados reclamam de blindagem

Para evitar a convocação do presidente do Instituto Lula, petistas utilizaram diversas manobras na CPI, mas o presidente dos trabalhos, Hugo Motta (PMDB-PB) agiu para acelerar a votação, impondo a aprovação de um bloco de 140 requerimentos. O deputado Afonso Florence (PT-BA) reclamou de uma tentativa de desgastar o PT no dia do congresso do partido.

“Não pode transformar a CPI em tiro ao alvo ao PT, visando às eleições de 2016, 2018, no dia da abertura do nosso congresso”, disse, em referência ao evento em Salvador.

Hugo Motta foi acusado por deputados de blindar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já que a CPI não votou um requerimento pela convocação da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), autora de um requerimento pelo qual o peemedebista é investigado na Lava Jato. Logo após a votação dos 140 requerimentos em bloco, a Câmara abriu sessão de votações no plenário, o que impede a análise de matérias na comissão. "É evidente que tem uma blindagem escancarada, um acordo para não votar isso aqui", reclamou Ivan Valente (Psol-SP), autor do pedido.

A suspensão das votações, no entanto, favoreceu o PT. Um dos requerimentos na "extra-pauta" pedia a quebra de sigilo bancário do Instituto Lula e da empresa do ex-presidente. 

Fonte: Terra
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