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Política

CPI da Covid ouve nesta quinta ex-coordenadora do PNI

Ex-servidora teria sido a responsabilidade pela edição de uma nota técnica recomendando aos Estados a aplicação da segunda dose, com qualquer vacina disponível, em gestantes que tomaram a primeira dose de Astrazeneca

8 jul 2021 - 09h12
(atualizado às 09h35)
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Ainda sob impacto da primeira prisão de um depoente, ontem, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve nesta quinta-feira, 8, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde Francieli Fantinato. Ela pediu demissão do cargo no último 30 de junho e foi formalmente exonerada nesta quarta-feira. A ex-servidora está entre os nomes investigados pela comissão. Ela foi alvo de quebra de sigilos telefônico e telemático.

Senadores em sessão da CPI da Covid.
Senadores em sessão da CPI da Covid.
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado / Estadão Conteúdo

Em depoimento à CPI da Covid, no último dia 8 de junho, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atribuiu à Francieli a responsabilidade pela edição de uma nota técnica recomendando aos Estados a aplicação da segunda dose, com qualquer vacina disponível, em gestantes que tomaram a primeira dose de Astrazeneca, sem nenhuma comprovação de segurança ou eficiência da ação em grávidas.

A nota vai na contramão da orientação dada anteriormente pela infectologista Luana Araújo, que foi anunciada na Secretária de Enfrentamento à Covid por Queiroga, permaneceu dez dias no posto, mas acabou não tendo sua nomeação formalizada.

A convocação de Francieli foi feita a pedido do senador Otto Alencar (PSD-BA). Na avaliação do parlamentar, que é médico, esse procedimento — conhecido como intercambialidade — provocou mortes de grávidas no Brasil.

Quando Queiroga prestou depoimento à comissão, o assunto gerou uma discussão acalorada entre Otto e o ministro da Saúde. O senador considerou o fato como "muito grave" e afirmou que as pessoas "não podem ser usadas como cobaias". Além disso, segundo o parlamentar, a Pfizer indica em sua bula que o imunizante não deve ser aplicado em gestantes.

À frente do PNI desde outubro de 2019, Francieli foi responsável pela condução da imunização no País e pela definição do calendário de vacinação.

O PNI é ligado ao Departamento de Imunização e doenças transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e é responsável por definir os calendários de vacinação considerando a situação epidemiológica, com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e povos indígenas.

Estadão
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