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Política

CPI do MEC: oposição protocola pedido de abertura

Após denúncia de 'gabinete paralelo' no MEC, senadores tentam aprovar a criação de CPI a menos de 100 dias das eleições

28 jun 2022 - 10h09
(atualizado às 13h43)
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Randolfe Rodrigues (de terno preto) mostra o pedido para criação da CPI do MEC
Randolfe Rodrigues (de terno preto) mostra o pedido para criação da CPI do MEC
Foto: Reprodução

O líder da oposição ao governo no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou nesta terça-feira, 28, o requerimento para criar a CPI do MEC, que conta com 31 assinaturas. Segundo o senador, todos os pré-requisitos para a instalação da CPI foram preenchidos.

    O pedido só terá prosseguimento com aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem cabe analisar o requerimento e determinar a instalação, mas há dúvidas se a CPI de fato será aberta em razão da proximidade das eleições de outubro.

    "No dia de hoje a oposição protocola o requerimento para instalação da CPI para averiguar o conjunto de irregularidades que se tem notícia desde março no âmbito do MEC", afirmou Randolfe.

    Em entrevista coletiva a jornalistas, Randolfe classificou o requerimento como "robusto". Segundo o parlamentar, não há dúvidas de que foi instalada uma quadrilha no MEC e de que o próprio medo do presidente Jair Bolsonaro (PL) diante dos rumos da investigação indica "que há tentáculos do Planalto envolvidos nessa situação".

    Segundo Randolfe, as investigações estão sob "forte ameaça". "Em situações normais não necessitaria de uma CPI, mas essa investigação está sob ameaça de interferência do presidente da República", afirmou o parlamentar.

    A oposição ao governo de Jair Bolsonaro se mobilizou após vir à tona a denúncia sobre a existência de um 'gabinete paralelo' no Ministério da Educação, instalado por pastores ligados ao ex-ministro e também pastor Milton Ribeiro.

    Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro
    Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro
    Foto: Adriano Machado / Reuters

    A suspeita é de que o esquema tenha envolvido entregas de cargos, pagamentos de propinas em dinheiro e até em barras de ouro, além da publicação de Bíblias com fotos dos pastores e de suas famílias, conforme denunciou o Estadão em março.

    Na manhã da quarta-feira, 22, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Milton Ribeiro, no âmbito da operação que investiga sua responsabilidade no caso do gabinete paralelo. Outros 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e, dentre os alvos, estão os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura. Eles foram soltos no dia seguinte após decisões liminares.

    Confira a lista dos Senadores que assinaram o requerimento para abertura da CPI do MEC:

    1. Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

    2. Paulo Paim (PT-RS)

    3. Humberto Costa (PT-PE)

    4. Fabiano Contarato (PT-ES)

    5. Jorge Kajuru (Podemos-GO)

    6. Zenaide Maia (Pros-RN)

    7. Paulo Rocha (PT-PA)

    8. Omar Aziz (PSD-AM)

    9. Rogério Carvalho (PT-SE)

    10. Reguffe (União Brasil-DF)

    11. Leila Barros (PDT-DF)

    12. Jean Paul Prates (PR-RN)

    13. Jaques Wagner (PT-BA)

    14. Eliziane Gama (Cidadania-MA)

    15. Mara Gabrilli (PSDB-SP)

    16. Nilda Gondim (MDB-PB)

    17. Veneziano Vital do Rego (MDB-PB)

    18. José Serra (PSDB-SP)

    19. Eduardo Braga (MDB-AM)

    20. Tasso Jereissati (PSDB-CE)

    21. Cid Gomes (PDT-CE)

    22. Alessandro Vieira (PSDB-SE)

    23. Dario Berger (PSB-SC)

    24. Simone Tebet (MDB-MS)

    25. Soraya Thronicke (União Brasil-MS)

    26. Rafael Tenório (MDB-AL)

    27. Izalci Lucas (PSDB-DF)

    28. Alexandre Giordano (MDB-SP)

    29. Marcelo Castro (MDB-PI)

    30. Confúcio Moura (MDB-RO)

    31. Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)

    Estadão
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