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Política

CPI do MST aprova requerimentos para chamar ex-presidentes do Incra e governador de Goiás

Sessão desta terça-feira, novamente marcada por provocações e insultos, ouviu dois ex-integrantes do movimento

30 mai 2023 - 18h52
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BRASÍLIA — A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aprovou cinco requerimentos na sessão desta terça-feira, 30. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e o ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Xico Graziano são dois dos quatro convidados pela comissão para falar sobre as invasões de terra do MST.

Foram também convidados o ex-presidente do Incra durante o governo de Jair Bolsonaro, Geraldo Melo Filho e os professores José Geraldo de Souza Junior, professor da Universidade de Brasília, e Raquel Rigotto, da Universidade Federal do Ceará.

O outro requerimento, de autoria do relator, Ricardo Salles (PL-SP), pede a participação da Controladoria-Geral da União (CGU) no assessoramento dos deputados da CPI.

Nesta segunda-feira, 29, os parlamentares da comissão fizeram vistorias no Pontal do Paranapanema (SP) e acompanharam fazendas invadidas em alguns municípios da região. O relatório e os vídeos sobre a visita serão apresentados nesta quarta-feira.

Audiência

A comissão ouviu dois ex-integrantes do MST nesta terça-feira. Nelcilene Reis e Ivan Xavier comentaram sua experiência em um assentamento na Roda do Cavalo, em Brasília. Nelcilene, a única que optou por falar, disse que resolveu se desligar do movimento porque afirmaram ser "massa de manobra" do grupo. "Nós não aceitávamos a maneira que éramos tratados", disse.

Ela ainda disse que por conta da "desobediência" militantes tentaram derrubar o barraco dela. Segundo o relato dela, a polícia afastou as pessoas que chegaram e que encontraram, nas adjacências, facões e outras armas brancas. "Queriam me matar. Se a polícia não chegasse, eu não estaria aqui", afirmou.

Deputados da CPI acusaram parlamentares petistas de ameaçarem Nelcilente. Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, em questão de ordem, pediu que Nelcilene teria que jurar estar falando a verdade sob responsabilidade penal, do contrário a audiência não teria validade.

Quando os parlamentares petistas começaram a falar, Nelcilene e o marido, Ivan, pediram para sair. Petistas acusaram a mesa, composta por Salles e o presidente da comissão, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), de instruírem a saída dos dois.

Salles afirmou que a saída aconteceu após ambos se sentirem intimidados pelas perguntas, que voltaram a processos antigos em que Ivan fora condenado, por exemplo.

Provocações

Uma das CPIs de maior tensão ideológica, congressistas novamente trocaram farpas. Talíria Petrone (PSOL-RJ) voltou a reforçar as acusações a Salles que a levaram a ter uma representação apresentada no Conselho de Ética da Câmara. "Quem o senhor pensa que é para questionar o meu decoro e minha ética?", questionou a parlamentar.

O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) leu uma nota de repúdio Federarroz do Rio Grande do Sul, federação que representa associações de arrozeiros regionais, condenando a fala do Padre João (PT-MG), que acusou o agronegócio de não produzir arroz. O grupo chamou o pronunciamento de "desinformativo".

João rebateu que o agronegócio produz "soja, arroz, mandioca com veneno". "Arroz e feijão que ele come todo dia do agro", ironizou Redecker na tréplica.

Estadão
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