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Política

CPI marca ex-diretor da Petrobras para o próximo dia 17

10 set 2014 - 19h14
(atualizado às 22h53)
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Parlamentares que integram a CPI mista da Petrobras decidiram nesta quarta-feira marcar depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa para o próximo dia 17 e pedir, por várias vias jurídicas, cópia das declarações que ele fez à Polícia Federal.

O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse a jornalistas que já encaminhou ofícios para à Justiça Federal do Paraná e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, pedindo cópia do depoimento de Costa, mesmo antes da sua conclusão.

Informações vazadas na dos depoimentos de Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos e partidos da base aliada do governo. Costa está preso desde junho no Paraná devido a acusações decorrentes da operação Lava Jato da PF.

"Além disso, nós vamos pedir para fazer parte do processo (de investigação) como CPMI. Acreditamos que esse é um direito nosso", disse Rêgo.

Na tarde desta quarta, Zavascki liberou parte das informações da operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro, respondendo à uma reclamação do Congresso. Mas, segundo uma fonte da CPMI, não há partes do depoimento de Costa nas informações compartilhadas.

A assessoria do STF disse ainda que as informações compartilhadas com a CPI mista dizem respeito apenas a um parlamentar, o deputado André Vargas (sem partido-SP), que é alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara e também é citado nas investigações da operação Lava Jato.

Os membros da comissão discutiram durante a reunião essa possibilidade e mesmo sem ter certeza de que o pedido será atendido decidiram tentar ter acesso ao depoimento de Costa por essa via também.

Os parlamentares não sabem se o ex-diretor concluirá até semana que vem os depoimentos à PF, o que poderia comprometer sua ida ao Congresso.

Deputados e senadores acreditam ainda que se Costa for à audiência se manterá calado, por conta do acordo que firmou com a Justiça para apontar os envolvidos num suposto esquema de propinas e desvios de recursos da estatal.

Os parlamentares tentam também uma audiência com o ministro Zavascki para explicar, do ponto de vista político, a necessidade de compartilhamento das investigações em curso da operação Lava Jato e do depoimento do ex-diretor da estatal.

Após a reunião, porém, três parlamentares disseram à Reuters que as medidas anunciadas pela CPI mista são uma resposta política, que dificilmente surtirá efeito.

"Se nós não fizéssemos nada iriam dizer que não queremos investigar. Nós tínhamos que reagir de alguma forma, mesmo que isso não funcione", disse um deputado, sob condição de anonimato.

O vazamento das denúncias de Costa virou munição para os presidenciáveis de oposição Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) criticarem o governo e a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição.

Nesta quinta-feira, a CPI mista ouvirá depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, também investigado pela operação Lava Jato, que apura um esquema de lavagem de dinheiro.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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