CPI ouve auditor do TCU responsável por "relatório paralelo"
Empresário Carlos Wizard também foi convocado pela comissão, mas não deve comparecer
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid recebe nesta quinta-feira, 17, o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da União (TCU). O empresário Carlos Wizard também foi convocado a depor, mas não deve comparecer, pois está nos Estados Unidos, onde mora. A sessão está marcada para começar às 9h.
Ambos os depoentes foram beneficiados por habeas corpus concedidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, respectivamente, e poderão permanecer em silêncio durante os depoimentos. Antes disso, Wizard tinha pedido à comissão para prestar seu depoimento por videoconferência, mas o pedido foi negado pelo presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Segundo o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do requerimento de convocação de Wizard, o empresário é "alegadamente membro" de um ministério paralelo da Saúde, responsável por dar aconselhamento extraoficial ao governo com relação às medidas de enfrentamento da pandemia.
O "aconselhamento", de acordo com o senador, incluiria a sugestão de medicamentos sem eficácia comprovada e a promoção da chamada "imunidade de rebanho".
O empresário teve a quebra dos sigilos telefônico, telemático e bancário determinada pela comissão. Ele chegou a recorrer ao STF contra as medidas, mas teve pedido de liminar negado ontem pela ministra Rosa Weber.
Vieira também é autor de um dos requerimentos de convocação de Alexandre Marques, apontado como participante da inclusão, no sistema do TCU, de documento que minimiza o número de mortos na pandemia de covid-19. O outro requerimento foi apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE)
O relatório em questão foi mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro para afirmar que havia uma suposta subnotificação de casos de covid-19 nos Estados, que estariam interessados em receber mais verbas para o combate à pandemia. O TCU desmentiu a autenticidade do documento. O tribunal também informou que foi instaurado um procedimento interno para apurar a conduta do servidor.