Cunha e Chinaglia espalham cartazes em quadras de deputados
Deputados elegem novo presidente da Câmara amanhã; quatro candidatos disputam o posto
Em Brasília, o clima da disputa à presidência da Câmara não ficou restrito às dependências do Congresso Nacional. As campanhas dos dois principais candidatos, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), espalharam cartazes, cavaletes e faixas nas quadras onde moram deputados na capital federal.
Na quadra 302 norte, onde há nove blocos de apartamentos funcionais de deputados, uma faixa com a foto de Eduardo Cunha foi estendida entre duas árvores. Cavaletes dos dois candidatos foram colocados perto da entrada das quadras e próximo ao acesso das garagens dos prédios. O mesmo foi feito na 202 norte, que conta com quatro blocos de apartamentos funcionais.
O sucessor de Henrique Alves (PMDB-RN) à presidência da Câmara será escolhido amanhã depois de uma intensa semana de articulações políticas no Congresso. Desafeto do Palácio do Planalto, o líder do PMDB, Eduardo Cunha, é o favorito para vencer a disputa, mas o voto secreto torna a eleição imprevisível.
Apesar das adesões oficiais, a tendência é que as traições definam a eleição. Cunha conta formalmente com o apoio do PTB, DEM, PRB, SD e PSC, o que levaria a uma soma de 161 votos. Peemedebistas, no entanto, acreditam ter cerca de 330 votos, o suficiente para uma vitória no primeiro turno.
Chinaglia ganhou a adesão do PSD, PDT, PCdoB e Pros, cujas bancadas somam 147 deputados. Júlio Delgado tem o apoio do PSDB, PPS e PV, o que totalizaria 106 votos. Chico Alencar, candidato do Psol, tem o apoio da bancada de seu partido, composta por cinco deputados.
Deputados de diferentes partidos têm contabilizado dissidências em suas bancadas. Mesmo petistas não tem encontrado unanimidade no apoio a seu candidato. O presidente do PSDB, Aécio Neves, precisou ir a público ontem marcar posição em apoio a Júlio Delgado para contornar o assédio aos deputados de seu partido.
A eleição para presidente da Câmara começa às 18h de domingo, depois da posse dos novos deputados. Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa da maioria absoluta dos votos. Caso contrário, a eleição parte para o segundo turno, que acontece em seguida.