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Política

Cunha refuta acusações da Lava Jato e diz que vai "desmascarar tudo"

9 mar 2015 - 15h47
(atualizado às 15h47)
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reiterou nesta segunda-feira que refuta as acusações de envolvimento em um esquema de corrupção na Petrobras e afirmou que vai apresentar explicações para todas as denúncias.

"Eu refuto totalmente as acusações... posso explicar tudo e explicarei tudo perfeitamente", disse Cunha a jornalistas ao chegar a evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

"Não tenho dúvida que terei facilidade de desmascarar tudo isso com toda tranquilidade e serenidade", acrescentou o deputado em discurso durante almoço com empresários.

Cunha também voltou a criticar a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no âmbito da operação Lava Jato, que investiga as irregularidades na Petrobras. Segundo o deputado, Janot deixou de pedir abertura de inquérito contra pessoas que supostamente deveriam ser investigadas e escolheu quem investigar.

Em nota divulgada em seu site no fim de semana, o deputado acusou Janot de agir "como se todos fossem partícipes da mesma lama". Disse ainda que criminalizar suas doações oficiais de campanha sem fazer o mesmo com a de outros era "acinte à inteligência de quem quer que seja".

Segundo Cunha, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) deveria ser alvo de inquérito do Ministério Público. Em outra nota, no domingo, Cunha detalhou doações recebidas pelo petista, que incluem envolvidos na operação Lava Jato, por isso alega que deveria ser alvo de inquérito.

"O estranho continua sendo o procurador não explicar por que ele escolheu a quem investigar, deixou de fora o senador Delcídio", disse.

Cunha está entre os políticos que serão alvo de investigação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki sobre suposto envolvimento em esquema de corrupção na Petrobras, após pedido de inquérito de Janot. No caso de Delcídio Amaral, a PGR pediu arquivamento.

Em depoimento sob acordo de delação premiada à força-tarefa da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef afirmou que Cunha recebia propina referente a contrato firmado pela Petrobras com as empresas Mitsui e Samsung referente a aluguel de navio-plataforma, de acordo com a petição da PGR.

    Segundo o pedido de investigação de Janot, Cunha seria implicado em "suposta prática dos crimes de corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro".

    O ministro Zavascki, relator do caso no STF, deferiu na sexta-feira 21 pedidos de abertura de inquéritos feitos pelo procurador-geral referentes a autoridades com prerrogativa de foro e outros possíveis envolvidos na investigação, incluindo Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

    A Lava Jato investiga um escândalo de corrupção em que empreiteiras teriam formado cartel para participar das licitações de obras da estatal e pagariam propina a funcionários da Petrobras, operadores que lavariam dinheiro do esquema, repassando os valores de sobrepreço das licitações a políticos e partidos.

(Por Pedro Fonseca; Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)

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