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Política

Datena se filia ao PSDB ao lado de Tabata, faz elogios a ela, mas não crava que será vice

4 abr 2024 - 14h54
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O apresentador de TV José Luiz Datena deixou o PSB e se filiou ao PSDB nesta quinta-feira, 4. Ele disse que o movimento foi articulado por Tabata Amaral (PSB), que sua vontade é estar ao lado da deputada, mas não cravou que será vice dela na disputa pela Prefeitura de São Paulo em outubro.

"Não depende só de nós", disse. "A minha vontade é estar ao lado da Tabata. Agora, estou em um partido que está conversando com o partido que era meu partido", disse o apresentador, acrescentando que "o futuro a Deus pertence". Mais cedo, afirmou aos jornalistas que seu desejo é disputar o Senado em 2026 e também não descartou expressamente que pode encabeçar uma chapa tucana.

Datena deixou claro que a filiação ocorre para aproximar os tucanos do PSB em vista de uma coligação partidária, disse ser fã de Tabata e tê-la no "fundo do coração". A deputada acenou aos tucanos, afirmando que o partido tem os melhores quadros de São Paulo e que sempre que busca se aprofundar em algum assunto se depara com especialistas ligados ao PSDB.

"A gente sabe, como você falou, que esse é um movimento coletivo, pensando em São Paulo e é só por isso que a gente deixou e não brigou um pouquinho mais por você.", disse Tabata a Datena. "A maior prova que ela adora o PSDB é que ela me colocou aqui", emendou o apresentador.

A equipe da deputada entende que a presença do jornalista na chapa ajudaria Tabata a ser mais conhecida, principalmente entre as classes C e D, e também traria autoridade perante aos eleitores ao falar sobre segurança pública, tema que os assessores da deputada acreditam que será mais importante nesta eleição do que em pleitos anteriores.

Além disso, uma eventual aliança com o PSDB significaria que a candidatura da deputada deixaria de ser um voo solo - atualmente ela não tem o apoio de outra legenda - e aumentaria o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Havia expectativa entre aliados de Tabata que Datena cravasse que seria o vice, mas isso não ocorreu. A avaliação é que o jornalista reforçou que apoia Tabata, como já havia feito em janeiro em evento na casa dela, mas que pessoalmente ainda não decidiu se quer disputar uma eleição.

Recuos

Datena coleciona uma série de recuos eleitorais. Ele disse se arrepender, por exemplo, de não ter prosseguido como vice do tucano Bruno Covas em 2020 porque a cidade agora é governada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), de quem é crítico. Ao mesmo tempo, declarou que políticos e partidos usam sua popularidade para conseguir votos e que acredita que este também é o caso do PSDB e de Tabata.

Uma ala do PSDB ligada à direção nacional quer que o apresentador seja candidato a prefeito para que Eduardo Leite (PSDB), que referendou a filiação, tenha um palanque em São Paulo em uma eventual candidatura a presidente daqui a dois anos. Questionado se alguma liderança tucana tratou com ele sobre candidatura própria, Datena não negou e se limitou a responder que, se as conversas tivessem ocorrido, ele não diria aos jornalistas.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e o estadual, Paulo Serra, não compareceram ao evento de filiação. José Aníbal, presidente municipal, declarou que o partido pretende quebrar a polarização que hoje predomina na eleição paulistana. Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Nunes, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lideram as pesquisas neste momento.

"Nós queremos fazer diferente. Queremos fazer com esse campo democrático de São Paulo uma ação combinada, quanto mais melhor, para que tenhamos um grande protagonismo nessas eleições municipais e sejamos um fator disruptivo no quadro de polarização preliminar que está colocado", afirmou.

Datena permaneceu menos de quatro meses no PSB antes de entrar em seu no 11° partido. A primeira legenda em que ele esteve associado foi o PT, de 1992 a 2015. Desde então, passou por oito siglas em um intervalo de oito anos: PP, PRP (extinto), DEM (hoje, União Brasil), MDB, PSL (fundido ao União), PSC, União Brasil e PDT.

Estadão
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