Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) confirma favoritismo e é eleito presidente do Senado
Senador já adotava postura de vitorioso antes mesmo da eleição e assumiu as negociações do pacote fiscal do governo Lula
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) será o presidente do Senado pelos próximos dois anos. Neste sábado, 1º, ele confirmou o favoritismo e derrotou Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES) retiraram as candidaturas no começo da sessão.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Ao todo, Alcolumbre recebeu 73 dos 81 votos, a terceira maior votação da história, atrás apenas dos 76 votos conquistados por José Sarney, em 2003, e de Mauro Benevides, em 1991. O astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE) receberam quatro votos cada no pleito deste sábado.
"O Brasil clama por pacificação, por um ambiente de respeito e cordialidade, onde as diferenças sejam vistas como oportunidades de crescimento", afirmou.
"É nesse contexto que o Congresso Nacional deverá ser porta-voz do sentimento dos brasileiros que nos colocaram aqui. Pensar e agir no sentido de facilitar a vida do cidadão, dando mais oportunidades, mais liberdades, mais sonhos. Por vezes, isso nos exigirá um posicionamento corajoso perante o governo, o Judiciário, a mídia ou o mercado. Nem sempre agradaremos a todos", completou.
O senador do União Brasil costurou uma aliança com 10 partidos, incluindo o PT e o PL. O astronauta Marcos Pontes lançou a sua candidatura à revelia do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, Alcolumbre contava com o apoio do então presidente apoio do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandou o Senado nos últimos quatro anos.
Antes mesmo da eleição, o novo presidente do Senado já se comportava como novo dono do cargo e assumiu as negociações do pacote fiscal do governo Lula.
Para atrair o apoio do governo, que espera aprovar o plano de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Alcolumbre promete atuar para dar celeridade às pautas governistas e acalmar os ânimos no Parlamento.
Outra bandeira levantada por Alcolumbre foi a promessa de garantir tramitação mais rápida do "pacote da democracia", iniciativa que engloba projetos de lei como um que proíbe militares de assumirem o ministério da Defesa em troca do apoio do MDB.
Essa será a segunda vez de Alcolumbre no comando do Senado, ele presidiu a Casa entre 2019 e 2021. Nos últimos anos, o parlamentar manteve intacta sua influência ao presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais importante da Casa, por onde se inicia a tramitação de praticamente todos os projetos importantes. Ele também deteve o controle do repasse de emendas, o que garante influência política.
Sem ensino superior, o senador tem uma trajetória discreta no Legislativo. Elegeu-se vereador em Macapá nas eleições de 2000. Foi seu primeiro cargo eletivo. Quatro anos depois, virou deputado federal por seu Estado e ficou na Câmara até 2014, quando conquistou uma vaga no Senado.