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Política

Declaração de ministro do GSI irrita PF e acirra disputa por comando na segurança de Lula

General Amarou afirmou que pasta está pronta para proteger Lula sem a presença de agentes da PF

19 jun 2023 - 11h48
(atualizado às 12h17)
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O general Marcos Antonio Amaro dos Santos foi nomeado para substituir Gonçalves Dias no GSI, após o ex-ministro pedir demissão no último dia 19 de abril.
O general Marcos Antonio Amaro dos Santos foi nomeado para substituir Gonçalves Dias no GSI, após o ex-ministro pedir demissão no último dia 19 de abril.
Foto: Sd Gabriel/Divulgação Exército / Estadão

Uma declaração do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Amaro, provocou irritação entre os membros da Polícia Federal (PF) e intensificou a disputa pelo controle da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi. 

No início do mandato, em janeiro, Lula criou por meio de decreto a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, que ficou subordinada ao gabinete presidencial. A secretaria, composta principalmente por policiais federais, assumiu a responsabilidade de proteger o presidente e seus familiares, entre outras atribuições.

No entanto, de acordo com o decreto, a partir de 30 de junho, a responsabilidade pela segurança do chefe do Executivo seria novamente atribuída de forma exclusiva ao GSI - órgão originalmente responsável por essa função.

Foi nesse contexto que Amaro, em uma entrevista ao site Poder360, afirmou que uma eventual retirada da PF da segurança presidencial "não apresenta nenhum problema".

“Caso isso aconteça, não gerará problema nenhum para nós. É de bom grado e aceitamos muito bem a permanência daqueles que puderem e quiserem permanecer de acordo com a legislação própria da Polícia Federal. Não há problema nenhum na permanência. Temos total interesse até em receber. Não permanecendo, não traz nenhum problema na continuidade”, disse Amaro em entrevista ao Poder360.

Agentes da PF consideraram a fala como arrogante, desrespeitosa e antiquada, uma vez que o conceito de comando único está em desuso no atual contexto de segurança pública, que prioriza a integração entre diferentes órgãos de segurança.

Os agentes também expressaram seu descontentamento com a afirmação de Amaro de que os militares passam por um treinamento de oito semanas para desempenhar a função de segurança, enquanto os agentes federais apenas duas semanas.

“Só esqueceu de dizer que o policial tem no curso de formação a disciplina de segurança de dignitários, vários cursos de atualização [inclusive com outras polícias do mundo], e, sobretudo, uma atuação diária exercendo a função”, disparou um agente da PF. 

De acordo com o blog, a PF concorda que o GSI fique responsável pela logística aérea e pelos cerimoniais militares, além das outras atribuições que o órgão já possui em relação a estruturas estratégicas, como a segurança cibernética.

Entretanto, a corporação acredita que a segurança do presidente deve ser de responsabilidade dos policiais.

Durante uma entrevista ao Estúdio i em janeiro, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que "nenhum país estruturado do mundo tem militares encarregados da segurança do seu presidente."

Entenda a disputa

Um grupo dentro do governo defende a proposta de que a PF e o GSI passem a atuar de forma conjunta, porém com os militares assumindo o comando da operação.

No entanto, há uma outra ala que considera a mudança imprudente, citando episódios recentes envolvendo integrantes do GSI nos atos golpista de 8 de janeiro e a saída do general Gonçalves Dias do comando do órgão após a divulgação de imagens dele ao lado de invasores do Palácio do Planalto.

Além disso, a PF assumiu a responsabilidade pela segurança de Lula durante a campanha eleitoral, sob o comando de Andrei Passos Rodrigues, ganhando a confiança do presidente, da primeira-dama Janja e de outros familiares.

Fonte: Redação Terra
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