DEM vai convocar ministro para apurar edição da Wikipédia
O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), apresentará três requerimentos para apurar o episódio denunciado no jornal O Globo de que computadores do Palácio do Planalto teriam sido usados para difamar jornalistas na internet. As informações foram divulgadas em nota pelo partido.
Na ocasião, os jornalistas Carlos Sardenberg e Miriam Leitão, colunistas de Economia em veículos da imprensa nacional, tiveram seus perfis na Wikipedia - enciclopédia digital colaborativa - alterados com adjetivações negativas e calúnias relacionadas ao posicionamento crítico de ambos contra o governo.
Segundo o comunicado, Mendonça quer convocar o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Carvalho Siqueira, para a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle; além de pedidos de informações ao ministro Siqueira e ao chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Os documentos serão protocolados na próxima semana.
De acordo com o líder, é grave e merece uma investigação exemplar do gabinete de Segurança Institucional da Presidência a possibilidade de existir alguém infiltrado no serviço público federal, que usa a estrutura e o espaço da Presidência da República para difamar profissionais da imprensa.
“É necessário agora exigir uma atitude da presidente Dilma, através do gabinete de Segurança Institucional da Presidência, para achar todos os responsáveis por essa conduta, no mínimo, imoral. Precisamos identificar e punir com demissão este tipo de militante infiltrado no serviço público federal”, declarou.
Justificativa
O democrata desclassificou a declaração emitida pelo Palácio do Planalto de que “não é possível apontar com segurança a identidade de quem alterou os textos citados”. Segundo Mendonça Filho, a não resolução de um caso banal como esse seria uma demonstração clara de “despreparo e incompetência” do órgão.
“Será uma vergonha muito grande, uma tragédia, se a área de inteligência do governo for incapaz de descobrir quem são os envolvidos. Se a área de inteligência não for capaz de descobrir uma coisa tão banal quanto essa, imagine fatos mais graves que são capazes de comprometer a segurança da Presidência da República”, comparou.