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Política

Condenado na Lava Jato depõe contra Cunha na Câmara

26 abr 2016 - 16h45
(atualizado às 16h46)
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Começou na tarde desta terça-feira o depoimento de Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Após muita polêmica, os deputados decidiram que o depoimento seria transformado em uma sessão aberta, mas sem a possibilidade de ser filmado ou fotografado. Inicialmente, o depoimento seria fechado, sem a participação da imprensa. Baiano é acusado de ser um dos operadores de propina na Petrobras para o PMDB.

 Fernando Baiano depõe hoje no Conselho de Ética sobre acusações contra Eduardo Cunha.
Fernando Baiano depõe hoje no Conselho de Ética sobre acusações contra Eduardo Cunha.
Foto: Fotos Públicas

A comissão trata do pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, eleito pelo PMDB do Rio. O deputado é acusado de quebra do decoro parlamentar por ter mentido à CPI da Petrobras, afirmando que não tinha contas bancárias no exterior. A versão dele foi contestada pelo Ministério Público da Suíça, que enviou ao Brasil documentos atestando a existência de contas em nome de Cunha e de familiares dele.

Logo após abrir a sessão, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), informou que o depoimento seria fechado, a pedido da defesa de Baiano. A definição se a reunião seria aberta ou reservada causou divergência entre os integrantes do colegiado. Houve bate boca e tumulto na sessão e algumas pessoas foram retiradas da sala.

O relator do processo contra Cunha, Marcos Rogério (DEM-RO), disse que a sessão aberta poderá acarretar no pedido da defesa de Cunha para invalidar as provas. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) defendeu a reunião reservada. “Pode ser que Cunha requeira a nulidade do depoimento e depois vão dizer que a gente está querendo protelar o andamento dos trabalhos. Então é preferível fazer logo a reunião reservada para evitar problemas futuros”, defendeu.

 Fernando Baiano depõe hoje no Conselho de Ética sobre acusações contra Eduardo Cunha.
Fernando Baiano depõe hoje no Conselho de Ética sobre acusações contra Eduardo Cunha.
Foto: Fotos Públicas

Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que, ao lado do PSOL, apresentou o pedido de cassação do mandato de Cunha, a reunião ser aberta não prejudica o processo. “Não há aqui qualquer desvio da lei. O colegiado deliberou que a sessão é aberta, qualquer cidadão pode entrar e ouvir este depoimento, mas o que está proibido é a produção de imagens do depoente. E quem o fizer desrespeitará a lei, mas isto não contamina o processo no Conselho de Ética”, defendeu.

Baiano é apontado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como operador de recursos para o PMDB no esquema de pagamento de propina em negócios irregulares envolvendo a Petrobras. Em delação premiada à Justiça, ele afirmou ter entregue R$ 1 milhão, no escritório de Cunha no Rio. Confirmou também que o peemedebista foi o beneficiário dos US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de navios sondas, como disse o empresário Júlio Camargo, também delator da operação.

Agência Brasil Agência Brasil
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