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Política

Depois de 'perder' para abstenção no 2º turno, prefeito reeleito de Santos defende voto facultativo

Rogério Santos prometeu dar continuidade a programas de governo de sua gestão anterior e atribuiu às fake news o alto índice de eleitores que deixaram de votar na cidade

28 out 2024 - 15h14
(atualizado às 17h17)
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O prefeito reeleito de Santos, no litoral paulista, Rogério Santos (Republicanos), minimizou o impacto da alta abstenção no segundo turno das eleições municipais deste ano. Ele recebeu 118.562 votos, enquanto mais de 119 mil eleitores deixaram de comparecer às urnas. Em entrevista ao Estadão, Rogério atribuiu o "desgaste" da participação popular no processo eleitoral à disseminação de fake news e defendeu a implementação do voto facultativo no país.

"A gente discute há alguns anos no Brasil o voto facultativo. Hoje, o País vive uma polarização, em muitos casos, agressiva. O uso das fake news é algo que esteve presente, infelizmente, nas eleições. E isso acaba desgastando a população. A população quer ouvir propostas, a população quer ver o que vai ser resolvido. Ninguém quer ficar ouvindo acusações", argumentou.

A base aliada de Rogério na Câmara Municipal de Santos terá dois terços das cadeiras a partir do próximo ano — 14 dos 21 assentos em disputa. O prefeito destacou ainda a necessidade de medidas impopulares para governar, como o lockdown adotado durante a pandemia de covid-19. "A gente tem esse outro um terço (oposição), respeitando a base. Muitas vezes ela não vota com o governo porque tem as suas representatividades, e muitas vezes as coisas que o governo coloca são conflitantes com aquilo que o vereador tem no seu mandato."

Rogério Santos (Republicanos), prefeito reeleito da cidade de Santos, litoral do Estado de São Paulo
Rogério Santos (Republicanos), prefeito reeleito da cidade de Santos, litoral do Estado de São Paulo
Foto: Patricia Cruz/Governo do Estado de SP

O prefeito reeleito apontou desigualdade social, habitação, invasões, mudanças climáticas e população em situação de rua como os maiores desafios da cidade na Baixada Santista. "Não existe cidade pronta e perfeita. Sobre as mudanças climáticas, investimos R$ 150 milhões em obras de contenção e nada aconteceu na cidade de Santos nos últimos anos, mesmo com as chuvas fortes. Habitação também é algo que nós temos que enfrentar. Para quem não tem onde morar, a prefeitura oferece abrigo", declarou.

Rogério também defendeu "cadeia" para criminosos que, segundo ele, "ficam junto com a população de rua". Para enfrentar a criminalidade, ele aposta em uma maior integração entre a Polícia Militar e a Guarda Municipal, com ações conjuntas das duas corporações.

O Executivo municipal planeja dar continuidade ao trabalho realizado e manter programas já implementados na atual gestão, além de promover uma maior industrialização do município. Segundo o prefeito reeleito, Santos foi pré-qualificada como Zona de Exportação, o que permitirá trazer indústrias para a cidade. "A gente quer fazer isso. Estou mudando a Lei de Uso e Ocupação do Solo para propiciar que essas indústrias venham para a área continental de Santos. Já temos um bairro industrial da cidade, vamos criar o cinturão do Porto Indústria", disse Rogério.

A área do porto de Santos também deve passar por revitalização, com espaços para shows, eventos e novos centros gastronômicos, iniciativa que, segundo o prefeito, ajudará a "movimentar" o turismo histórico da cidade. O sistema de VLTs, conhecidos como "bondinhos", também deverá ser expandido para a região central.

Rogério Santos foi reeleito prefeito de Santos no segundo turno das eleições municipais. Com 100% das urnas apuradas, ele obteve 118.562 votos, ou 53,37% dos votos válidos, enquanto sua adversária, Rosana Valle (PL), ficou com 46,63% — uma diferença de 14.970 votos, ou 12,63 pontos porcentuais.

Estadão
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