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Política

Deputado bolsonarista diz que vai protocolar impeachment de Lula após fala sobre Dilma

Para Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente cometeu 'crime de responsabilidade' ao classificar como 'golpe' cassação da ex-presidente em 2016; declaração de petista foi dada durante viagem à Argentina

26 jan 2023 - 17h42
(atualizado às 18h07)
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Foto: Poder360

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) disse que irá protocolar um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o petista classificar a cassação da ex-presidente Dilma Rousseff como um "golpe de Estado" durante viagem à Argentina.

Em uma publicação no Instagram nesta quinta-feira, 26, Sanderson postou uma foto com um texto afirmando que Lula já teve seu "primeiro pedido de impeachment" protocolado. A imagem foi compartilhada no Twitter pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). "Não vamos dar descanso", disse o filho do ex-presidente. Ao Estadão, a assessoria da Câmara dos Deputados informou que o pedido ainda não foi localizado.

"É uma afronta aos poderes constituídos do Brasil. Quando o presidente vai ao exterior, falando em nome do país e fala em golpe de Estado, está cometendo um crime de responsabilidade grave e precisa responder. Na minha observação, Lula, mesmo estando no início do mandato, cometeu uma falha grave e merece ser objeto de um processo de impeachment", afirma o parlamentar nesta quarta-feira, 25.

Sanderson disse ainda que a fala de Lula "atentou gravemente contra a honra e a dignidade dos membros do Congresso como um todo" e pede "uma resposta à altura para que a verdade seja reposta".

Em viagem à Argentina nesta semana, Lula disse que Dilma sofreu um "golpe de Estado". "Vocês sabem que depois de um movimento auspicioso, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado e derrubou a companheira Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidente da República do Brasil", afirmou o presidente.

Dilma sofreu impeachment em 2016 por promover "pedaladas fiscais", prática revelada pelo Estadão que consiste em manobras contábeis feitas pelo Executivo para cumprir metas fiscais. Previsto na Constituição, o processo foi referendado pelo Congresso Nacional.

Cabe ao Congresso Nacional julgar se um presidente cometeu crime de responsabilidade ou não e ao presidente da Câmara dar seguimento ou arquivar as representações com pedidos de afastamento do presidente. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de 158 pedidos de impeachment durante seus quatro anos de mandato. Nenhum deles foi adiante.

Estadão
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