Deputado de GO é alvo de operação contra ataques do 8 de janeiro; saiba quem é ele
Amauri Ribeiro (União-GO) chegou a confirmar que esteve no quartel em Goiânia e afirmou que 'faria tudo de novo'
O deputado estadual Amauri Ribeiro (União-GO) é alvo da 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem como objetivo identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília (DF). Contra ele, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, em Goiânia (GO) e Piracanjuba (GO).
Em junho deste ano, Ribeiro discursou na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) afirmando que "deveria estar preso" por ter financiado acampamentos que eram contrários ao resultado da eleição de 2022.
Segundo afirmado pelo próprio deputado, ele deu dinheiro, água e comida para esses acampamentos. Também em junho deste ano, segundo o jornal O Estado de São Paulo, a defesa do deputado protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar um "eventual pedido de prisão preventiva" pela Polícia Federal.
Ao jornal, ele afirmou que "sua fala era retórica, falava da porta do quartel em Goiânia onde esteve presente até 31 de dezembro, distorceram e levaram para o 8 de janeiro". "O último dia em que estive em Brasília foi 7 de setembro de 2022. Do restante estive presente e faria tudo de novo, pois participei de um movimento pacífico e ordeiro na porta de todos quartéis do Exército brasileiro", alegou o deputado estadual.
No discurso na Assembleia de Goiás, Ribeiro respondeu a uma fala do parlamentar Mauro Rubem (PT), que defendeu a punição das pessoas que estimularam os atos antidemocráticos. Em seu posicionamento, Ribeiro criticou a prisão do coronel Benito Franco, ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas). O policial foi preso pela PF em abril, na 10ª fase da Operação Lesa Pátria, mas foi solto posteriormente.
"A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem deste Estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso, respondendo ao senhor deputado Mauro Rubem. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro, eu acampei lá e também fiquei na porta. Porque sou patriota. Então respondendo sua pergunta o dinheiro não veio de fora não, veio de gente que acredita nessa nação", afirmou o deputado estadual na ocasião.
Ao Estadão, Ribeiro ainda revelou que ajudou a alimentar famílias, idosos e crianças: "Se isso for crime, realmente mereço ser preso", escreveu ele em mensagem. "Minha ajuda se estendeu enquanto eu estava no quartel em Goiânia, dali para frente não havia mais sentido!."
Para ele, os ataques golpistas de 8 de janeiro deturparam "meses de movimentos pacíficos". "Todos que estavam acampados na frente [dos] quartéis, repudiaram tal ato em 8 de janeiro", argumentou. Ao ser questionado pelo jornal se não haveria contradição no que alegou - já que as pessoas presas nos atos de vandalismo em Brasília também estavam acampadas -, o deputado disse que não havia nem "um conhecido sequer" que tenha sido preso na invasão.
O Terra entrou em contato com a assessoria do deputado e aguarda retorno.
*Com informações do Estadão Conteúdo