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Política

Deputado quer que bolsonarista morto na Papuda se torne cidadão honorário de Brasília

Daniel Castro, aliado do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse que Cleriston Pereira da Cunha 'lutou por um Brasil melhor'

22 nov 2023 - 18h41
(atualizado às 19h21)
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BRASÍLIA - O deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) protocolou nesta quarta-feira, 22, um projeto que torna Cleriston Pereira da Cunha, o bolsonarista que morreu na Penitenciária da Papuda nesta segunda-feira, 20, em cidadão honorário de Brasília. O parlamentar diz que o homem, acusado de invadir e vandalizar o Congresso Nacional, "lutou por um Brasil melhor".

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos
Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos
Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook / Estadão

Cleriston tomava um banho de sol no presídio quando teve um mal súbito. Ele tinha vasculite, diabetes e hipertensão. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável pela soltura dele, mas que ainda não foi analisado.

Daniel de Castro, da base do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que o bolsonarista prestou "relevantes serviços" e "lutou por um Brasil melhor". O parlamentar também ressaltou a atuação profissional de Cleriston, que era empresário em uma região administrativa da capital federal. Nascido na Bahia, ele morava em Brasília há duas décadas.

"Trata-se de uma pessoa que contribuiu para o desenvolvimento do Distrito Federal por meio de criação de emprego, de um pai exemplar e de um lutador pela democracia no Brasil", disse o deputado. Não há previsão de o projeto ser analisado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Ao Estadão, Castro também disse que pretende protocolar outro projeto na Câmara do DF para que uma rua no Assentamento 26 de Setembro, região onde o bolsonarista vivia com a sua família, seja renomeada para "Rua Cleriston Pereira da Cunha".

Cleriston era acusado de invadir o Congresso

Na Justiça, Cleriston Pereira da Cunha respondia a uma ação penal por acusações de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ele foi preso dentro do Congresso Nacional.

Segundo denúncia da PGR, ele fez parte do grupo que invadiu o Congresso e, durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes e câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara empregando uma substância inflamável e destruiu uma viatura da Casa. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, ao receber a denúncia.

Defesa pedia a soltura de Cleriston desde fevereiro

Desde fevereiro, a defesa pedia a saída de Cleriston da penitenciária, alegando que os problemas de saúde tornariam a prisão dele uma "sentença de morte". Em uma audiência no fim de julho, Cleriston avisou para uma juíza que representava Alexandre de Moraes que tinha desmaios e falta de ar na Papuda.

No início de setembro, a PGR se manifestou pela concessão da liberdade provisória para o detento, com restrições, mas ele não deixou a Papuda por não haver uma decisão de Moraes. Após a morte de Cleriston, o ministro do STF concedeu a soltura para outros sete presos que também tinham pareceres do Ministério Público.

Em entrevista ao Estadão, o irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, afirmou que a morte do irmão foi um "descaso" do STF. "Já tinham vários laudos. Ele sofreu um mal súbito lá dentro. Infelizmente, eles não apreciaram e terminou chegando à conclusão do que a médica já havia dito: que ele ia sofrer um mal súbito. Fica aí a indignação", afirmou Cristiano, que é vereador pelo PSD no município baiano de Feira da Mata.

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos
Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos
Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook / Estadão
Estadão
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