Deputados do PMDB querem aprovar moção de apoio a líder
Deputados do PMDB querem aprovar, em reunião marcada para amanhã, uma moção em desagravo ao líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Principal voz da insatisfação de peemedebistas na Casa, Cunha reagiu à tentativa do Palácio do Planalto em isolar sua atuação na liderança da bancada.
"A minha posição sempre será da maioria da bancada, se engana quem acha que eu tenho uma posição pessoal. Por isso que eu acho que, se querem isolar o líder, na realidade estão tentando isolar a bancada. Jamais eu decidirei diferente", disse Cunha na Câmara dos Deputados.
Nesta manhã, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com representantes da Câmara e do Senado na tentativa de acabar com a tensão entre os dois partidos, mas sem a presença de Cunha. O parlamentar tem criado entraves para o governo na Câmara, como a atuação em um "blocão" de siglas governistas insatisfeitas e a oposição a pontos do Marco Civil da internet, projeto de interesse de Dilma Rousseff.
Um dos deputados que trabalham para aprovar a moção é Danilo Forte (PMDB-CE). "É um desagravo pelas agressões sofridas por parte do líder do PT e em apoio ao papel dele como interlocutor da bancada", disse o deputado, em referência às afirmações de Vicentinho (PT-SP). O petista afirmou, na semana passada, que partidos da base aliada não podem ter "duas caras".
Deputados peemedebistas vão se reunir amanhã na Câmara dos Deputados e devem apresentar para o senador Valdir Raupp (RO), presidente em exercício do partido, a insatisfação com a articulação política do governo Dilma Rousseff. A ideia é mostrar que o descontentamento é geral na bancada do PMDB, e não exclusiva do líder, Eduardo Cunha.
A crise entre o PT e o PMDB se agravou quando Dilma cogitou o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o Ministério da Integração Nacional e tirar a pasta do Turismo da cota da Câmara. Deputados reclamaram da falta de diálogo e abriram mão de indicar ministérios. Em meio à tensão entre os dois partidos, Cunha chegou a sugerir que o PMDB deveria "repensar" a aliança nacional com o PT. O presidente do PT, Rui Falcão, rebateu as declarações ao afirmar que não aceitaria "ultimatos" do peemedebista.