Dilma adia viagem ao Peru para se encontrar com Mujica
A presidente Dilma Rousseff adiou para a manhã de segunda-feira, às 8h, a viagem de Estado que fará ao Peru. Ela embarcaria no início desta noite para Lima, mas permanecerá em Brasília, onde participa da eleição interna do PT e depois se reúne com o presidente do Uruguai, José Mujica. A audiência foi solicitada pelo uruguaio, e o Palácio do Planalto não informou qual será a pauta. Essa reunião deveria ter ocorrido no Rio Grande do Sul, onde Dilma esteve no último fim de semana, mas acabou sendo remarcada.
Segundo fontes oficiais uruguaias, os dois presidentes falarão sobre as negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e a situação do Haiti, onde Brasil e Uruguai têm tropas a serviço da Organização das Nações Unidas (ONU). Mujica analisará com Dilma o andamento das negociações entre os blocos, que "depois de uma década trancadas ambos os países estão impulsionando fortemente", disse o pró-secretário da Presidência uruguaia, Diego Cánepa.
"Uruguai, Brasil e Paraguai já têm pronta a oferta que apresentarão à UE, mas a Argentina vive uma realidade diferente", acrescentou. Os quatro países, junto com a Venezuela, integram o Mercosul. "Queremos avançar nesse tema e consolidar as ofertas, porque conseguir um acordo comercial com a UE pode ser de grande benefício para o Mercosul", assinalou o funcionário.
Mujica também vai falar com Dilma sobre a "complexa situação" que se vive no Haiti, onde os países fornecem milhares de militares para a força de paz das Nações Unidas, conhecida como "capacetes azuis". A ideia do governo uruguaio é que "se devem avaliar" as conquistas da missão da ONU naquele país e a "evolução política interna". Mujica é partidário de pôr fim à missão dos militares uruguaios no Haiti, onde estão presentes há vários anos.
O presidente uruguaio vai conversar, além disso, com Dilma sobre temas bilaterais e as conquistas alcançadas pelo grupo de alto nível uruguaio-brasileiro, criado em 2012, com o objetivo de "dar maior ritmo às relações e à integração", disse. Cánepa assinalou que alguns dos temas de interesse recíproco estão "travados" por questões "técnicas e políticas" e se "necessita uma resolução presidencial para avançar", mas não deu detalhes sobre os mesmos.
"O Uruguai tem muito interesse em que se concretize a interconexão energética com o Brasil por razões estratégicas e para deixar de depender da Argentina quando sofre secas e cai a geração de energia em suas hidrelétricas", acrescentou.
Com informações da agência EFE