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Política

Dilma convoca reunião de emergência para assegurar aliança com PMDB

7 mar 2014 - 11h26
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A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com a cúpula do PMDB no domingo para tentar pôr fim à crise com o maior aliado do governo no Congresso e assegurar a manutenção da aliança com os peemedebistas para seu projeto de reeleição, disse o presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), nesta sexta-feira.

A presidente Dilma Rousseff fala durante a cerimônia de inauguração dos novos ministros no Palácio do Planalto em Brasília. Dilma convocou uma reunião com a cúpula do PMDB no domingo para tentar pôr fim à crise com o maior aliado do governo no Congresso e assegurar a manutenção da aliança com os peemedebistas para seu projeto de reeleição, disse o presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), nesta sexta-feira. 03/02/2014
A presidente Dilma Rousseff fala durante a cerimônia de inauguração dos novos ministros no Palácio do Planalto em Brasília. Dilma convocou uma reunião com a cúpula do PMDB no domingo para tentar pôr fim à crise com o maior aliado do governo no Congresso e assegurar a manutenção da aliança com os peemedebistas para seu projeto de reeleição, disse o presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), nesta sexta-feira. 03/02/2014
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Os problemas na relação entre o governo e o PMDB não são recentes, mas chegaram ao ápice nos últimos dias com trocas de acusações e xingamentos entre membros dos dois partidos, envolvendo inclusive o presidente do PT, Rui Falcão, e o líder da bancada peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

A tensão subiu a ponto de trazer risco para a manutenção da aliança entre Dilma e seu vice, Michel Temer (PMDB), para a reeleição, com diretórios regionais do PMDB tentando antecipar a convenção nacional para decidir sobre o apoio à reeleição da presidente.

Para tentar encerrar a crise, Dilma também pediu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrasse em campo e ajudasse na articulação com os peemedebistas e acalmasse os ânimos. Lula, que esteve reunido com Dilma na quarta-feira, conversou com Raupp na quinta e ambos devem voltar a se falar nesta sexta.

"Espero que essas conversas possam chegar ao final dessa crise de relacionamento", disse Raupp a jornalistas ao sair de reunião com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

"Acho que se avançarmos um pouco mais nas alianças regionais já começa a distensionar a crise, e acho que só o fato de ajustar mais alguns Estados e de repente evitar que essa antecipação da convenção possa ocorrer, já começa a distensionar a crise que existe hoje entre os dois partidos", acrescentou o presidente da legenda.

A reunião marcada para domingo em Brasília com Dilma, Temer, e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terá, porém, que resolver um outro problema, na avaliação de Raupp.

"Primeiro tem que resolver a situação da Câmara", disse. Lá, o líder do partido na Casa tem feito forte pressão sobre o governo nas últimas semanas, ameaçando apoiar investigações contra a Petrobras e reunindo insatisfeitos para tentar derrotar o governo em votações importantes, como o novo Marco Civil da Internet. Além disso, ele convocou uma reunião da bancada peemedebista que pode inclusive decidir pelo rompimento com o governo.

Foram de Cunha que partiram também as primeiras declarações públicas de que o PMDB deveria repensar sua aliança nacional com o PT. A avaliação entre os peemedebistas e o governo é que o deputado está tensionando para obter mais poder político e fazer indicações para cargos do governo. Ele refuta essa análise.

Raupp, porém, não nega que a disputa por mais espaço no primeiro escalão do governo, diante da reforma ministerial que Dilma vem promovendo, esteja ajudando a aumentar a tensão no partido, que considera estar sub-representado na Esplanada dos Ministérios.

"Acho que o PMDB tem tamanho suficiente para ser respeitado e o governo sabe a importância que o PMDB tem. Não cabe a nós apontar que cargos que o PMDB vai ocupar", disse Raupp.

ELEIÇÃO DO CEARÁ

Nas conversas que já têm mantido com o PMDB, Lula tem ouvido grande preocupação com a situação da aliança com o PT no Ceará e suas implicações no Congresso e na união nacional entre os dois partidos.

O senador Eunício Oliveira (PMDB), líder da bancada peemedebista, não abre mão se candidatar ao governo cearense e, munido de pesquisas, acredita que tem grandes chances de ganhar. Dilma, porém, tem preferência pelo projeto do atual governador, Cid Gomes (Pros), que indicará um sucessor para a disputa local.

O apoio de Dilma está ancorado na força que Cid fez para retirar forças da provável candidatura presidencial do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. No ano passado, o governador cearense tentou rachar o PSB a pedido da petista, mas não obteve êxito.

Sem espaço entre os socialistas, Cid se filiou ao recém-criado Pros e agora a presidente tenta recompensá-lo evitando a candidatura de Oliveira. Dilma quer nomeá-lo ministro durante a reforma ministerial, manobra que desagrada o PMDB e o senador.

Segundo Raupp, Lula tentará encontrar uma solução no Ceará para tentar evitar que o clima ruim com o PMDB na Câmara se alastre para o Senado. E, de quebra, evitar que o diretório peemedebista local apoie a antecipação da convenção nacional.

"Nossas conversas têm servido para pedir ajuda mútua", disse Raupp sobre os contatos com Lula nos últimos dias.

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